Dupla atração na Fundação Iberê: Liberdade em Movimento e Nuno Ramos.
A partir do dia 29 de maio A Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre, apresenta a exposição Liberdade em movimento. A curadoria é do crítico de arte italiano Jacopo Crivelli Visconti. A mostra aborda o papel da caminhada na prática artística contemporânea com seus múltiplos desdobramentos e possibilidades, e traz a capital gaúcha obras de Joseph Beuys, Francis Alÿs, Richard Long, Dennis Oppenheim, Lygia Clark, Artur Barrio e Cildo Meireles.
Utilizado desde o dadaísmo, o ato de andar ganha maior projeção na arte a partir dos anos 60, quando passa a representar uma possibilidade do fazer artístico. Para entender o que isso significa, o trabalho de Richard Long é exemplar: trata-se de uma linha desenhada pelo artista apenas com a repetição da caminhada pelo mesmo trajeto. Dennis Oppenheim, em Ground Mutations – Shoe Prints (1969), caminhou durante três meses sobre a neve, entre Kearney (Nova Jersey) e Nova York, vestindo sapatos com ranhuras diagonais e fotografando as marcas deixadas por ele, tendo como materiais apenas a terra, o próprio corpo e uma câmera fotográfica. Esse deslocamento sem uma finalidade específica também é explorado na obra Sometimes making something leads to nothing, de Francis Alÿs, ação registrada em vídeo que consistiu em empurrar um bloco de gelo pelas ruas da Cidade do México até seu completo derretimento.Outras caminhadas estarão registradas em obras de peso no Iberê.
No mesmo dia a Fundação inaugura uma exposição do Nuno Ramos. Ensaio sobre a dádiva é o nome da mostra. Nuno reflete sobre o conceito antropológico de dádiva – troca entre dois objetos distintos com base em valores simbólicos, e não econômicos. Ele desenvolveu o trabalho especialmente para o espaço do 4º andar da Fundação, em diálogo com a arquitetura do edifício.
Imperdível.
Imagens: Sometimes making something leads to nothing, de Francis Alÿs e Nuno Ramos
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