Lagerfeld exagerado
Como tudo que Karl Lagerfeld põe a mão, as imagens do novo catálogo Pirelli são impecáveis. Também como em tudo que faz Lagerfeld exagera, afirmando que inventou “um novo conceito de beleza” quando na verdade encena um passado clássico, em preto e branco e rigorosamente técnico. Não há novidade nas imagens que ele criou, além da beleza fulgurante, e é este o mérito delas. Lagerfeld assumiu a responsabilidade depois que Patrick Demarchelier fez o seu homenageando a China em 2008, Peter Beard abordou a África em 2009 e Terry Richardson o Brasil em 2010. Karl saiu da geografia para subir ao Olimpo em busca dos deuses da mitologia grega. O time de retratados é poderoso. Entre eles a atriz Juliane Moore, na imagem acima
Tem também Natasha Poly, Elisa Sednaoui, Lara Stone, Freja Beha Erichsen, Daria Werbowy encarnando Diana, Isabeli Fontana na sua terceira participação e cinco modelos masculinos: Baptiste Giabiconi e Sébastien Jondeau, franceses, os americanos Brad Kroenig e Garret Neff e o britânico Jake Davis.
Na condição de deuses os rapazes rivalizam com as garotas nesta edição. E é puro Lagerfeld esta cutucada na tradição Pirelli. O culto e irrequieto alemão, um dândi de estética pessoal entre o cyber e boneco de cera do museu Madame Tussaud, é um fenômeno de talento indiscutível na moda. É também um criador na passagem entre dois tempos, talvez o último deles. Afetado e aferrado à imagem mítica do autor exótico , genial e intocável, ele é ao mesmo tempo hábil em manipular idéias e procedimentos contemporâneos, garantindo a longevidade profissional da qual desfruta.
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