Desfile de outono-inverno 2000-2001 de Christian Dior por John Galliano. (Foto: Jean-Pierre Muller)

Paris é amplamente considerada como “a mais glamourosa e competitiva das capitais mundiais da moda”, de acordo com a histórica definição do The New Yorker. Antes dessa frase, porém, Paris e a moda já travavam um relacionamento exuberante. A pergunta é: como e por que Paris adquiriu essa reputação? A história da moda parisiense é geralmente apresentada pela genialidade dos grandes estilistas, os senhores absolutos do métier. “Paris, Capital da Moda” será a primeira exposição a explorar a construção cultural de Paris por trás de sua fama.

Com curadoria da Dra. Valerie Steele, diretora do museu do FIT, em Nova York,  a exposição contará com aproximadamente 100 objetos, que datam do século XVIII até o presente e abre com uma galeria introdutória que coloca Paris dentro de um contexto global, apresentando-a em diálogo com outras capitais. Depois da Segunda Guerra Mundial, Paris foi repetidamente desafiada por novos centros de moda, como Londres, Milão e Nova York.

A primeira seção da galeria principal se concentrará na ascensão da cidade como protagonista na área no final do século XVII e XVIII. Versalhes foi o epicentro oficial da moda, mas os profissionais  estavam sediados na cidade de Paris, com visitantes estrangeiros impressionados com a “mania” parisiense pelo assunto. Traçando a trajetória do esplendor real de Versalhes até o espetáculo da alta-costura de hoje, um vestido “Robe à la française” do século XVIII é justaposto com uma criação de Alta-costura de Christian Dior no tempo de Galliano, inspirada por Maria Antonieta.

O desenvolvimento da Alta-costura transformou o ofício artesanal da moda feminina em grande negócio e arte sofisticada. No final do século XIX, Charles Frederick Worth — um inglês, considerado pai da Alta-costura — elogiou seus clientes americanos, dizendo que eles tinham “os rostos, os números e os francos”, a antiga moeda francesa. Após a Segunda Guerra Mundial, a alta-costura entrou em uma nova idade de ouro de 1947 a 1957 e, na década de 1980, ela foi reconhecida como parte do patrimônio da França.

Ao apresentar um terno original da Chanel juntamente com uma cópia praticamente idêntica vendida pela loja de departamentos Orbach, por exemplo, a exposição demonstra como a moda parisiense funcionava, atraindo mulheres americanas de elite e enriquecendo fabricantes e varejistas americanos. Na era atual da globalização, os designers estrangeiros preferem mostrar suas coleções em Paris, lar de conglomerados de luxo como a LVMH e a Kering. Em um mundo com muitas cidades da moda, Paris defende seu título de capital mundial produzindo e mantendo sua aura e seus segredos, temporada pós temporada.

PARIS, CAPITAL DA MODA 
6 de Setembro, 2019 a 4 de Janeiro, 2020 | Museu do FIT, Nova York