Uma dos campanhas do movimento é a pergunta: “Quem fez minhas roupas?” (Foto: divulgação)

Em 2013, manchetes dos principais jornais do mundo traziam estampadas fotos do desabamento de um prédio em Savar, na periferia de Daca, capital do Bangladesh. Com oito pisos, o prédio abrigava fábricas de roupas e um centro comercial, mas a condição precária em que as instalações se encontravam, tanto quanto quem ali frequentava ou trabalhava, resultou num acidente que matou cerca de 1.100 trabalhadores, deixando mais de 2.500 feridos.

Este colapso do prédio chamado de Rana Plaza, logo depois de um incêndio em outra fábrica que produzia roupas para grandes varejistas de fast fashion no mesmo país, levantou questionamentos severos sobre os rumos insustentáveis da moda e deu a luz a movimentos como o Fashion Revolution, em busca de condições mais transparentes dentro da indústria. Desde então, a iniciativa se tornou um movimento mundial, colocando em debate pautas emergenciais para valorização da moda sustentável, o incentivo à transparência na cadeia produtiva e à conscientização sobre os descontroles do consumo em massa. Justamente por se preocupar com todas as fases do processo de produção e consumo é que o movimento lançou a campanha #QuemFezMinhasRoupas — uma forma de questionar as marcas e buscar informações sobre aquelas que já tiveram seu nome vinculado à mão-de-obra escrava.

Resíduos têxteis gerados em uma semana por apenas uma empresa. (Foto: @eloartuso)

Realizado inicialmente no dia 24 de abril, o Fashion Revolution Day ganhou força e hoje tornou-se a Fashion Revolution Week, contando com atividades promovidas por núcleos voluntários em mais de 100 países. No Brasil, o movimento atua há 5 anos e conta agora com o apoio de mais de 50 cidades. Durante a Semana Fashion Revolution, e ao longo do ano em eventos pontuais, são realizadas uma série de ações, rodas de conversa, exibições de filmes e workshops que promovem mudanças de mentalidade e comportamento em consumidores, empresas e profissionais da moda.

Em 2018, a Semana Fashion Revolution envolveu aproximadamente 23 mil pessoas em 47 cidades do Brasil e contou com mais de 400 voluntários e 38 embaixadores em universidades, comprometidos com a organização de 733 eventos. Esse ano, a Semana Fashion Revolution acontece de 22 ao dia 28 de abril, com pautas sobre mudança cultural, mudança na indústria e mudança política.