Fashion Rio com temperaturas entre 15 e 20 graus. Bom para quem está por aqui trabalhando, que tem a cidade à disposição sem precisar brigar com o calor. Confesso que ao vir para cá temia pelo que iria encontrar. A onda anos 70 que ronda a moda e o tema Universo Tropical acenavam com um possível excesso de clichês. Até agora, nada disso aconteceu. Sem deixar de lado as referências de estação as marcas estão adaptando-as aos seus próprios projetos.

No primeiro dia, a Alessa deixou quase que inteiramente de lado o que mostrou no preview em Belo Horizonte e aplicou um choque de brilhos e outros exageros aos já  usuais.

A Acquastudio abraçou o modernismo de Picasso e Mondrian, mais a Arte Deco, para fazer moda festa com lampejos de ambição experimental.

O Mel K  Z DA ilustrou uma narrativa botânica, mostrando fases das folhas da amendoeira. O estilista está, de certa forma, em uma encruzilhada: como avançar, recuar, ganhar ou perder, eis a questão que se impõem para alguém talentoso como ele.

Gostei muito da Patachou nesta edição. A marca  trouxe roupa elegante na  forma, acertada  nas proporções e inteligente na escolha de materiais, com boa interpretação decorativa (bordados e estampas) do tema, o Edificio Biarritz, exemplar carioca da arquitetura Art Deco dos anos 40.

A 2nd Floor,  marca jovem de jeanswear, anunciou mistura de passado clássico (Grécia) com o DNA da marca causando apreensão. Felizmente, o que poderia ser um desastre funcionou por conta da objetividade na adoção de elementos referência. Jeans claro, calça skinny, drapeados leves e vestidos curtos é parte do básico com estilo que a marca oferece.

Imagens: Agencia Fotosite