Palco para maneirismos do velho luxo, e muito raramente afinada com linguagens contemporâneas, a alta costura luta para driblar esta vocação e fugir dos anacronismos abrindo as portas para novos talentos. O nome da vez é Iris Van Herpen, holandesa de apenas 27 anos que reúne todas as qualidades técnicas exigidas neste ambiente, mas que as coloca a serviço de idéias pouco convencionais. O público e a imprensa especializada, presentes à acalorada sala do desfile em Paris, que aconteceu nas instalações ultra despojadas da Galerie Nikki Diana Marquardt, registraram positivamente a estréia da moça. O trabalho dela é antes de tudo um exercícío rigoroso de construção. Neste aspecto, nem contraria ou questiona os pilares da couture. Ele se sobressai mesmo é na furiosa inventividade formal, com direito a alternância de formas orgânicas e geométricas, com a arquitetura, órgaos e esqueleto oferecendo  um repertório de soluções inesperadas para a velha relação roupa & corpo. Plástico, ráfia, couro e metais variados entram na composição desta visão original de moda.

Confira.

Logo acima, vista do interior da Galeria Nikki Diana Marquardt, que fica na Place des Voges.