Isso é cool ou isso é moda?
Para alguns, estar na moda é ser cool. Para outros, ser cool é justa e necessariamente não estar na moda. Há quem se surpreenda com a distinção, como também há quem concorde.Mas como discernir uma coisa da outra? E mais: se a moda muda e os itens que ela oferece e desejamos também mudam, como determinar o que é moda e o que é cool ?
O cool seria uma espécie de incógnita, ninguém sabe quando, como e onde algo vai atingir essa condição. Os criadores daquilo que é cool são, em geral, pessoas com a capacidade sutil de dispor de novos elementos na composição dos looks e dos comportamentos. É uma qualidade com a qual se nasce. Impossível de ser ensinada.O que é apenas moda seria estabelecido de cima (das passarelas, revistas da área etc). É facilmente eadquirido no mercado, dos originais até às cópias.
Estudiosos da área afirmam que algo permanece cool de 12 a 18 meses, antes de se transformar em moda. Assim, o cool, antes de tudo, denota certa exclusividade e independência do mainstream, além de um caráter anti-consumista. Porém, como o que é cool acaba virando produto, isto indica também uma intrínseca, embora não explícita relação com o que é moda. Afinal, se não fosse uma coisa antes não seria a outra depois.
O vínculo torna-se claro a partir da distinção entre aqueles que em dado momento e situação criam o que é cool daqueles que elegem o cool, transformando-o em item de consumo – os chamados cool-hunters, por exemplo. Enquanto os primeiros parecem gozar de liberdade criativa, os segundos “caçam” as novas tendências para o mainstream. Assim, o que se inicia como ruptura e gratuidade, termina como repetição e produto. Uma minoria que gera enquanto uma maioria multiplica.
Mas o que seria da moda sem uma linguagem comum? Ela precisa de renovação assim como precisa de permanência. Não subsiste sem uma nem sem a outra. Contraditoriamente, ela depende da originalidade do que é cool para seguir multiplicando-se como moda. E é assim que a moda é.
Imagem: Flare – Cruel Summer- July 2013/ Styling by: Rita Liefhebber/ Photography by: Andrew Soule
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