LCM e Pitti Uomo: os rumos da moda masculina

LCM e Pitti Uomo: os rumos da moda masculina

22 de junho de 2016 Moda 0

Há um movimento curioso acontecendo na moda masculina. Nos últimos anos, as maneiras de se fazer e promover a roupa para homens tem sido questionada e repensada. Em um determinado momento, houve uma expansão e um crescimento acima do esperado no setor, o que fez com que primeiramente Londres e depois Nova York criassem semanas exclusivas para a moda masculina. Em meio a isto, explodiu o interesse por questões de gênero e outras ações e estratégias foram construídas. Como por exemplo, misturar as coleções masculinas e femininas em um mesmo desfile. Agora, o andamento do processo está se dirigindo para o questionamento da real necessidade de um momento para a moda masculina e outro para a feminina, com grandes marcas optando por desfilar as duas coleções juntas.

O resultado disto é um provável esvaziamento das semanas masculinas, afinal, grandes marcas que trabalham com as duas linhas falam em unificar a as apresentações observando o calendário do feminino. Quem mais sofreria são as marcas menores, aquelas que não tem como bancar duas linhas, ou nem querem fazer isso.

Outro desdobramento possível é o fortalecimento dos nichos de mercado, como pôde ser visto na última Pitti Uomo, por exemplo. Na 90ª edição da feira, o que chamou a atenção foi a maneira como as marcas se dividiram entre o tradicional e a moda jovem/urbana/esportiva. Aquilo que nos últimos anos era misturado (cada um fazia um pouco de cada na tentativa de atrair mais clientes), desta vez convergiu para marcas se concentrando no que realmente sabem fazer e os compradores atentos à diferenciação.

Em Londres, isto também tem funcionado. Na semana inglesa, que encerrou recentemente, há uma afirmação bem construída da identidade de cada marca, como já tem acontecido nas últimas edições. De um lado o tradicional e, do outro, as experimentações de marcas jovens.

Entre os pontos altos de Londres, há uma forte referência ao esportivo da década de 1990, os comprimentos alongados de camisetas e polos já passam dos joelhos e as listras e xadrezes entram no imaginário de verão, da mesma forma que os tons pastel e o clima náutico.

A experimentação com a roupa também é ponto alto, principalmente no trabalho de Craig Green, Ximon Lee, J.W. Anderson, e na estreia de Mihara Yasuhiro.

Acontecendo logo após Londres, a Pitti Uomo contou com três marcas desfilando. Entre elas o urbano sensual de Fausto Puglisi e Raf Simons com a homenagem ao fotógrafo Robert Mapplethorpe.

O calendário já andou, Milão encerrou os desfiles recentemente. Paris está acontecendo e Nova York está logo aí. Nos resta acompanhar para ver quais desdobramentos que teremos.

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