Maria Bonita na SPFW
A modelagem da Maria Bonita se mantém dentro de um determinado número de variações. A invenção migra para o detalhe e para a matéria prima que assumem o papel de renovar linguagem a cada estação. Na atual coleção, “brotam” delicados florais nas barras combinados com o dos sapatos e as alças finas incluem formas tridimensionais geométricas.
Na linha de sutilezas do trabalho, uma delas é uma lente de vidro, que retorna como óculos mais à frente da edição. Outro dado primoroso é o uso da cor. Ausente no primeiro bloco ela começa a surgir pelos cantos, de dentro do chapéu, nas tramas da tapeçaria e aos poucos vai contaminando o branco, a ponto de dominar o conjunto. Amesma progressão acontece com as texturas criadas por vazados em motivos de azulejaria, que dominam o final do desfile. A esta altura, o rio que corre de Portugal e deságua no Brasil, tema da coleção, já ganhou metáfora visual à altura, inundando de beleza a passarela. A Maria Bonita integra uma linhagem da moda brasileira que é singular mesmo em termos globais. A orientação, que tem algo de minimalismo tropical e muito de cerebral, perde a frieza sob o calor da fina sensibilidade que aciona a criação.
Imagens: Agencia Fotosite
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