Marianne Flotron encara o espírito corporativo
Em conversa agendada para o próximo dia 06 no Witte de Wit, que é um centro de arte contemporânea em Rotterdan, a artista suíça Marianne Flotron aborda as estruturas e valores do setor corporativo e a forma como nos relacionamos e nos adaptamos a elas. A partir de uma video instalação de sua autoria, ela mergulha nas relações tecidas entre os indivíduos dentro de uma companhia de seguros holandesa, e registra como estas relações são inconscientemente moldadas aos objetivos econômicos da empresa.
De acordo com ela, a inscrição na conduta adequada para as regras do jogo produtivo na cultura atual seria alcançada através de estratégias avançadas de ficionalização, que podem ser sugeridas e/ou auto impostas, o que estabeleceria um imperativo de pensar a felicidade e a alegria como uma hegemonia ideológica.
O que é intereressante, além de ver a arte se meter nos recantos labirínticos das práticas corporativas contemporâneas, é que a artista trabalha sobre princípios do teatro do brasileiro Augusto Boal. Ele criou seu método na década de 1960 a fim de fazer frente às estratégias de regimes políticos totalitários na América Latina. Graças a técnicas diferentes, no teatro dele o público torna-se um elemento ativo, levado a refletir sobre a própria condição de vida e é preparado para identificar e resistir às estratégias de comportamento que lhes são impostas.
Compartilhe a sua opinião!
Seu e-mail não ficara público. Campos requeridos estão marcados com *