Miguel Angel Rios na Bienal do Mercosul
Tejo é um jogo práticamente desconhecido em outro lugar que não seja Bogotá. Consiste em uma estranha mistura de discos de metal, lama e explosivos. Os discos são atirados contra os explosivos fixados sobre a lama e os objetivos e os resultados, a despeito da violência que os ingredientes sugerem, são difíceis de entender sem ir até lá e praticar.
O que o artista Miguel Angel Rios faz a partir do Tejo e capta em vídeo, submetendo imagens e sons a uma edição vertiginosa, resulta em um dos melhores trabalhos da 8ª Bienal do Mercosul. trata-se apenas de um jogo, mas a sensação é de se estar em meio à pior das guerras. E esta, ainda que uma metáfora, não nos parece menos insana, perigosa e caótica do que outras devem ser. Observe a câmara que vez ou outra aparece no canto de uma das duas telas. Ela força o expectador a participar da cena e é quase imposssível evitar o pânico em meio ao bombardeio e correria que se desenrola na sala escura. Nessa edição da Bienal, em que poucos trabalhos parecem transcender a amarração do projeto curatorial, o trabalho do Angel Rio é um deles, e proporciona um raro momento de arrebatamento. O vídeo se chama Mecha e é de 2010. Miguel Angel Rios é argentino, nasceu em 1953 e vive entre Nova York e a Cidade do México.
Nas imagens, de cima apra baixo: Os discos de metal usados no jogo / Placa de barro nas ruas de bogotá para prática do jogo e grafitti / Discos, lama e still do vídeo
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