A transferência do Minas Trend Preview do condomínio Alphaville, a trinta minutos de Belo Horizonte, para um centro de exposições no meio da agitação da cidade, a caminho da zona industrial e infinitamente mais próximo, deu certo. As edições anteriores viravam as costas para a cidade, concentrando jornalistas e convidados em um recorte mínimo da realidade local. Complicado. Eventos do gênero precisam participar da vida econômica e cultural das cidades onde acontecem sob o risco de não serem adotados por elas. O primeiro dia de desfiles aconteceu ontem. Antes rolou a abertura (imagem de adereços de styling acima) e sobre ela esperamos falar depois, ainda que isso embaralhe a cronologia dos fatos. Vingam os anunciados e tropicalistas anos 70. Logo em seguida entra a moda urbana, descomplicada e comercial, amparada por pequenos rasgos criativos na modelagem. Um volume aqui, uma assimetria ou superposição ali, e nada que perturbe a calma das estruturas vendáveis. Misto de feira e rodada de desfiles, o Minas Trend Preview antecipa a temporada com aquilo que vai para a vitrine da loja e, em geral, não se afasta desse foco.

A DTA contou a história do jeans nacional, mas ancorou a coleção foi mesmo nos anos 70.

Os acessórios preciosos e hand made da Cláudia Arbex aspiram à condição de peças de vestuário e são bem interessantes.

A graça romântico-campestre da Maria Garcia, segunda marca da Huis Clos e estreante em Minas convence.

Os vestidões vaporosos em azul e branco da Última Hora, sob as bênçãos de Iemanjá, são um tanto literais. Outra marca na veia tropical 70.

A Cavalera não arrisca, faz o que é seguro, descomplicado e urbano como a marca gosta. Muitas estampas, jeanswear e despretensão em coleção curta.

O Rogério Lima deu caráter pop-chic aos modelos de bolsas em cores fortes e cortes geométricos. Vestuário e sapatos inteiramente em jeans eram apenas pano de fundo, mas somaram muitos pontos à coleção

Imagens: Agência Fotosite