Moda masculina: que roupa é você?
No inverno 2019, que roupa é você?
Em Londres, as opções partem do perfeitamente monótono e convencional, com proporções, cortes, materiais e cores dignas de um encontro do Conservative Party, passam pelo esportivo contaminado pela gramática da moda para desembocar nas licenças formais, poéticas e de gênero das experimentações radicais. Neste caso, mesmo valendo-se de padrões e tecidos tradicionais, subverte-se o resto. Sem dó.
Em Milão o ponto de partida é definido pela rudeza,desmonte e ecletismo residual do guarda roupa do viajante-imigrante. No meio do caminho está o esportivo furioso, aquele que arrasa com a concorrência e transforma o mundo, incluindo a noite, a festa e a resiliente formalidade em um desfile de moletons e bombers. Na ponta está a alfaiataria, mais do que nunca na expectativa de um triunfal retorno ao pódio do desejo jovem.
Em Paris todo tema é tese, ganha status e profundidade. Insatisfação social e política é roupa cara e promessa de revolução. Esporte é neo-esporte, é arriscado e, contra todas as evidências, vai ser lido como inaugural. A qualidade, a técnica rigorosa e a alfaiataria não são retornos ao passado, muito menos conservadorismo. Em Paris a variação é o disfarce do rigor. O contemporâneo, uma das muitas faces do que vai durar. Talvez por longo tempo.
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