Wes Anderson, em filmes como “A Vida Marinha com Steve Sissou”, “O Excêntricos Tenenbaums”ou na animação “O Fantástico Sr. Raposo”, criou universos particulares com uma estética retrô, sem ser exatamente datada, para que seus personagem ganhassem a liberdade que mereciam.

Em Moonrise Kingdom, não é diferente. Agora, ambientado em uma ilha durante a década de 60, o filme trata com sensibilidade um tema que é mal-resolvido para 99,9% dos seres humanos: a pré-adolescência. Anderson consegue com maestria (o roteiro, aliás, é escrito a quatro mãos, pelo próprio Anderson e por Roman Coppola) abordar esta fase da vida em que tudo é urgente, apesar de o tempo não passar e o amanhã não existir.

Obviamente, o filme não é apenas sobre adolescentes, mas também sobre pessoas mal-resolvidas de outras idades.

Assim como um filme de Tarantino, cada novo personagem que surge no filme é um astro: Bruce Willis, Eduard Norton, Bill Murray, Frances McDormand, Harvey Keitel e Tilda Swinton (que surge como uma assistente social-vilã), além dos protagonistas Jared Gilman e Kara Hayward.

A estética de Moonrise Kingdom é muito forte, tal como seus personagens. Ela não é simplesmente anos 60. Ela é anti-digital, pré-psicodélica e, sim, anti-consumista. Ela não mostra uma vida mais simples e feliz, mas apenas uma vida mais simples por si própria sem qualquer panfletismo.

É exatamente a combinação destes elementos que transformam este mundo dos sonhos de Wes Anderson em umas das experiências mais gratificantes em termos de cinema.

Confira o trailer abaixo: