Mudanças estruturais no comportamento de consumo na China
Na China – uma sociedade em que o grupo prevalece sobre o indivíduo – os consumidores aderem amplamente às regras do grupo a que pertencem. A comunicação publicitária, também, frequentemente se dirige ao grupo e não aos indivíduos.
O consumidor chinês é bastante sensível à marca, uma vez que há a necessidade mais acentuada de reconhecimento social e de pertencimento a um grupo. Em geral, os consumidores do país entendem que o preço é um indicativo da qualidade do produto, sendo que o preço e o serviço dos vendedores influenciam diretamente na decisão de compra.
Mais do que nos países ocidentais, raros são os indivíduos dispostos a assumir o risco social de serem “diferentes”. Por outro lado, uma vez que o produto é adotado pelo grupo de referência, as vendas acontecem em uma velocidade e escala sem comparação.
Hoje, a geração do filho único quer luxo e gasta. O consumo é ostensivo como testemunha a explosão do número de carros de luxo e a febre pelo golfe na China, país que já conta com 1 milhão de golfistas praticantes.
Milionários
O número de milionários na China não apenas alcançou o maior nível da história como, também, cresceu com grande velocidade nos últimos anos. Segundo o relatório Hurun (dados de 2014), há atualmente 875 mil milionários no país (chineses que possuem o equivalente a 1,47 milhões de dólares). Em 2013, este número era de 825 mil.
Já o número de bilionários (pessoas com mais de 10 bilhões de euros) é de 1900 chineses, o dobro do número registrado em 2009.
Outro dado interessante é que a idade média do chinês milionário é de 39 anos, o que é 15 anos a menos do que qualquer outro país do mundo.
Em 2014, o número de multimilionários chineses alcançou um recorde ao superar os 17 mil, segundo um estudo publicado este mês num relatório sobre a riqueza na China elaborado pelo Banco Mingsheng e o Instituto de Pesquisa Hurun. Entre 2008 e 2013 a lista não superava os mil nomes.
Em conjunto, o valor dos ativos dos multimilionários do país alcança os US$ 5 trilhões, algo como dez vezes o PIB anual da Noruega. É fato, portanto, que o pólo de gravidade da economia global está caminhando (ou melhor, voltando) para o centro da Ásia.
Exemplo do novo comércio
O site varejista norte-americano ShopRunner, startup de e-commerce que conta com o apoio do grupo Alibaba, mais que dobrou seus usuários ao longo do último ano e espera fazê-lo novamente em 2015, ajudando varejistas norte-americanos a vender para a imensa classe média chinesa, muito ativa no comércio eletrônico. Segundo a TechCrunch, as compras online devem superar a marca de US$ 1 trilhão em 2019. este crescimento deve ser impulsionado principalmente por aplicativos móveis e melhoria das redes de logística, que têm ajudado as empresas de e-commerce atingir novos clientes em cidades menores.
Em cinco anos de existência conseguiram evoluir na compreensão do mercado local e conquistar clientes, cujo foco na hora da compra não é essencialmente a economia, mas a conveniência e experiência ao mesmo tempo. Seu foco é ser um shopping online em que se encontram as marcas de desejo, diferente de players como o Amazon ou eBay, em que o foco está no menor preço.
A ShopRunner, é somente uma das várias empresas de comércio eletrônico dos EUA que trabalham com o Alibaba e sua subsidiária Alipay para ajudar o varejo americano a acessar a China.
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