A New Order emplacou apresentação no Fashion Rio em homenagem às aeromoças dos anos 60. A passarela copiava um corredor de aeronave  e travesseiros, biscoitinhos e carrinhos passaram por ela. Também os uniformes de época foram devidamente revisitados. Acontece que, partir da primeira entrada, ficou claro que a coisa era totalmente  Courréges & Cardin do período, com direito a todo o branco e à inocência futurista, que  soavam como transgressão visionária na época.  A New Order, que é marca de acessórios, permite-se estes afiados exercícios de estilo em função do descompromisso com acertos comerciais no que diz respeito ao vestuário. Abre  mão daqueles cuidados obrigatórios com mix e usabilidade para enveredar pelo tema. O resultado é que somos presenteados com estas deliciosas encenações, no caso desta, com uma impecável reinvenção do figurino de época. Estamos aqui falando de roupas quando o assunto deveria ser bolsas, calçados e outros acessórios que é o que a marca vende. Aí vai.

Nos calçados, vários deles de modelagem assimétrica, entram botas de cano curto, mocassins tênis e sandálias. Entre as construções algumas são plataformas, outras tem saltos volumosos, e tem também as inspiradas na gheta japonesa, ou seja, com o solado dividido ao meio e aquele desenho blocado e geométrico característico, mas que resultam perfeitamente anos 60.  Saltos cheios, metalizados, transparências no plástico, fechamentos com zíper e pipeta arrematam o conjunto.

Nas bolsas, uma fartura de frasqueiras, briefcases, mochilas  e sacolas, algumas de alma francamente pop, recobertas de contas plásticas coloridas em forma de bolinhas, e que passam do tridimensional à estampa  plana sobre o plástico transparente da sacola de mão. A oferta contempla shapes variados e geométricos, detalhes em correntaria, fechamento em zíper e desdobramentos de itens de bagagem, como etiquetas de identificação que se transformam em pingentes bem humorados.

Imagens: Agencia Fotosite