O que aconteceu no DFB 2017
No último sábado, o DFB encerrou sua 18ª edição. O maior evento de moda autoral do Brasil provou novamente sua importância no cenário criativo nacional, surpreendendo pela qualidade, técnica, engajamento interno e externo e capacidade rara de envolver o público.
No segundo dia de evento, o DPM foi palco de uma ótima conversa sobre novos modelos de negócios com Juliana Ferreira Borges (Coordenadora Nacional da Carteira de Projetos de Moda do Sebrae Nacional). A noite os desfiles encheram as salas com um line up diverso. Ponto alto foi o desfile de Yuri Costa, com alfaiataria misturada ao streetwear, inspirada pela exposição do fotógrafo Otto Stupakoff, ‘beleza e inquietude’.
No espaço da editora Senac, ocorreu o lançamento do livro Alfaiatarias, escrito pelo diretor da Radar, Eduardo Motta. Compareceram personalidades, autoridades locais e membros da direção do Senac, como a diretora regional Ana Cláudia Martins, os estilistas Mario Queiroz, Fernanda Yamamoto e a Diretora Executiva do DFB Helena Silveira. Na ocasião, o autor destacou a importância de uma publicação como esta para a memória da moda e também para a renovação de um ofício que é tanto histórico como contemporâneo. Para saber mais sobre o livro, você pode conferir nosso post a respeito aqui.
No terceiro dia, a programação começou cedo com um talkshow com Fernanda Yamamoto. Fernanda, trouxe para o DPM sua experiência como criadora em um marca pequena, e sobre seu trabalho realizado no cariri paraibano – Histórias Rendadas. A estilista reforçou a importância da co-criação nos dias de hoje e como seu processo é pautado pela colaboração, seja com sua equipe ou com colaboradores externos, como no caso das rendeiras paraibanas. Sobre o Histórias Rendadas, o projeto durou dois anos, entre pesquisa de campo e execução.Outra bandeira levantada por Yamamoto é da de que para se ter uma marca de moda ou empreender no Brasil é essencial ter conhecimentos de gestão para poder ter um negócio sustentado.
Os desfiles da sexta-feira tiveram forte aproximação com o masculino. Marcas exclusivas para rapazes, como David Lee e João Paulo Guedes, desfilaram nessa noite que também contou com Lindembergue Fernandes.
David Lee é talvez hoje um dos maiores designers de roupas masculinas da nova geração brasileira. Para a coleção desfilada no DFB, os crochês, as estampas gráficas e as peças muito bem executadas deram um show na abertura da noite. Na sequência Lindebergue trouxe uma coleção rica em elementos religiosos, próximos a fé do estilista. Na trilha hinos católicos embalavam os passos lentos e coordenados dos modelos, como se fosse uma procissão. Entre os pontos altos estão as estampas com ícones cristãos. Nas mãos dele, acredite, esta referência passa longe de render coleção carola ou monótona. O designer tem senso de humor e irreverência suficientes para realizar um espetáculo que é exclusivamente de moda.
O último dia foi pautado pelo clima de festa com conversas em torno de gastronomia, degustação de especiarias da culinária peruana, shows nacionais como Boss in Drama e desfiles animados, como o da Bikini Society que fechou o DFB 2017 com a passarela repleta de areia e uma coleção moda praia cheia de personalidade.
O DFB comemorou seus 18 anos com um evento de alta qualidade, bons desfiles e grandes oportunidades de trocas entre profissionais, estudantes e comunidade. É um modelo ímpar de fashion week, brasileiríssimo, colorido e divertido como uma festa, mas competente e eficaz como toda realização profissional deve ser. Vida longa ao DFB!
desfile da Bikini Society. Fotos: Roberta Braga, Cláudio Pedrosa e Pedro Brago
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