O QUE VALE A PENA NA FASHION WEEK DE MILÃO
Milão é reconhecida internacionalmente pela força da clássico e da moda comercial. Com algumas exceções é a Fashion Week da tendência rápida, do que é mais visível e vistoso.
Nesta edição, estética militar, peles, referências das décadas de 70 e 80, além de muita alfaiataria e padronagens em xadrez, marcaram presença por lá. A expectativa é que todos estes itens cheguem rapidamente aos quatro cantos do planeta.
Entre coleções que se repetem em termos de produtos e estética, algumas agradáveis surpresas trouxeram maior vitalidade. E é nelas que vamos nos concentrar.
Adaptação Pop
Um dos elementos que deu vida às passarelas de Milão foi a estética pop presente na Moschino e na Fendi, mas também na ainda pouco conhecida Carlo Volpi. Ele trabalhou o pop em outra chave, com uma transposição dos anos 80 para os dias atuais. As cores são vibrantes e o conjunto é de uma beleza anarquista e contemporânea. Grata surpresa.
Tendo em mente o atual cenário político e social global, a Fendi trouxe clima positivo, cheio de otimismo e com toques de esperança. para a passarela. Headbands com dizeres como “THINK”, “TRY” e “FANTASTIC” reforçaram este viés sustentado também por cores brilhantes e pastel contrastando entre si, muitas vezes na mesma peça, vide a relação forro e cor externa. Um respiro de vida e frescor para a marca mais conhecida pelas peles. Dessa vez, para alívio geral, elas exerceram um papel secundário.
Jeremy Scott, diretor criativo a frente da Moschino, também foi sensível às instabilidades políticas globais. Conhecida pela forte influência pop, a marca apresentou trabalho um pouco mais sóbrio. Embora os números digitais e as padronagens futuristas tenham mantido a linha pop, a estética militar dominou a coleção. Scott concentrou forças no protesto contra a eleição de Donald Trump em mistura arriscado de militar com motivos barrocos. Tudo para fazer paralelo entre a declínio dos valores do Renascimento na ascensão do Barroco e a instabilidade contemporânea.
A reinvenção dos clássicos
Francesco Risso é o novo diretor criativo da Marni. Para a primeira coleção, o designer fez boa adequação da roupa tradicional às tendências e materiais contemporâneos. Entre os pontos altos estão as calças de cintura alta, os jogos entre proporções, casacos de pele e as variações das clássicas padronagens de listras e xadrez.
Miuccia Prada foi responsável (novamente) por uma das melhores coleções da Fashion Week de Milão. Ela continua a abordar aspectos em torno do banal e descreve a recente coleção como estando “à beira do genérico”. Com obras de artistas de rua, do tipo que são encontrados em Montmartre ou no Hyde Park, impressas em tricôs e malhas, a marca trabalhou com estruturas e cortes comuns de roupas como jaquetas de couro, sweaters em decote V e calças largas. Na cartela de cores os tons pastel e marrons são complementados por cores suaves, opacas e sem brilho. Tudo deveria ocorrer dentro da maior normalidade possível. Vai saber como, pelas mãos dela, a coisa sempre vem com uma inexplicável estranheza de bônus!
Colaborou: Gustavo Kievel
Compartilhe a sua opinião!
Seu e-mail não ficara público. Campos requeridos estão marcados com *