O TRIÂNGULO DO ATLÂNTICO: O QUE ESPERAR DA 11ª BIENAL DO MERCOSUL
A Bienal do Mercosul precisou saltar 2017 e recobrar o fôlego afim de retomar seu papel entre as grandes mostras internacionais. Desta vez lançando um olhar sobre a condição geo-cultural que interligou os destinos da América, da África e da Europa.
O destaque vai para a arte africana e para a arte afro-brasileira – que têm as maiores representações. A julgar pelos artistas selecionados, espere por algo como um colocar de dedo na ferida — tão mal cicatrizada — da violenta prática de apagamento cultural, infelizmente, frequente no país. Torçamos para que esta edição da Bienal, ao apontar conflitos e distúrbios que surgem no choque entre diversas civilizações e camadas sociais aproveite bem a oportunidade de participar do debate.
O Triângulo do Atlântico / 11ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul
De 06 de abril a 03 junho / Porto Alegre
Curador-chefe: Alfons Hug / Curadora-adjunta: Paula Borghi
Conheça 14 artistas da Bienal:
O norte-americano Mark Dion examina as maneiras pelas quais as ideologias dominantes e as instituições públicas moldam nossa compreensão da história, do conhecimento e do mundo natural. “O trabalho do artista”, diz ele, “é ir contra a corrente da cultura dominante, desafiar a percepção e a convenção”. Apropriando-se de métodos arqueológicos e científicos ele coleta, ordena e exibe objetos que questionam as distinções entre métodos científicos e influências subjetivas.
Andre Severo vive e trabalha em Porto Alegre. Opera com ações de arte capazes de desvincular a ocorrência do pensamento contemporâneo dos grandes centros urbanos e de suas instituições culturais. Trabalha com filmes e instalações e foi um dos curadores da XXX Bienal de São Paulo.
Romy Pocztaruk, é mestre em Poéticas Visuais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O trabalho dela lida com as interações do artista com diferentes lugares, e com as relações possíveis a partir do cruzamento de diferentes campos e disciplinas, gerando resultados poéticos em diferentes meios e suportes.
O trabalho de Chris Larson pode assumir muitas formas — desenho, performance, escultura. Em alguns trabalhos, Larson emprega todos esses meios para conseguir um efeito altamente dramático. Não importa o meio, o trabalho de Larson se baseia na tradição histórica de interrogar o próprio método de fazer arte, referenciando o desenho automático surrealista, a pintura gestual de meados do século XX e a pesquisa analítica de artistas conceituais.
Nascida em Caetanópolis, MG, de mãe negra e pai branco, Sonia Gomes opera entre o popular e o erudito. Usa retalhos de tecidos para criar esculturas que evocam tanto a ancestralidade da cultura africana quanto de culturas europeias. Sonia transforma materiais instáveis em arte permanente. Artista brasileira de grande projeção internacional nos últimos anos, com presença na bienal de Veneza entre outras grandes mostras globais.
Victor Diop nasceu em Dakar em 1980. Desde seus primeiros trabalhos, desenvolveu um interesse pela Fotografia e pelo Design como meios de capturar a diversidade das sociedades e dos estilos de vida na África contemporânea. Seu trabalho é interrogativo e intrigante, assimila o impacto da própria ascensão na cena internacional à sua herança visual africana.
Obras do fotógrafo canadense Edward Burtynsky, conhecido pelas paisagens industriais globais, estão incluídas nas coleções de mais de sessenta importantes museus ao redor do mundo — incluindo a Galeria Nacional do Canadá, o Museu de Arte Moderna (MOMA) e o Museu Guggenheim em Nova York, o Museu Reina Sofia em Madri, o Tate Modern em Londres e o Museu de Arte do Condado de Los Angeles na Califórnia. As imagens que ele cria exploram o impacto coletivo que nós, como espécie, causamos na superfície do planeta e impusemos às paisagens naturais.
Viviane Sassen vive em Amsterdã. Ela, que é uma fotógrafa que trabalha tanto no mundo da moda quanto no mundo da arte, é conhecida pelas fotografias um tanto surrealistas e coloridas da África. Sassen trata a fotografia de moda como um ugar em que ela pode trabalhar de forma rápida e intuitiva, aproveitando os benefícios de ter uma equipe profissional à disposição para facilitar seus experimentos independentes.
Ibrahim Mahama explora temas referentes a commodities, migração, globalização e trocas econômicas. Cria instalações em larga escala empregando materiais coletados de ambientes urbanos como restos de madeira e tecidos ou sacos de juta, que são costurados juntos para cobrir estruturas arquitetônicas. Concentra-se nos sacos de juta em particular, uma vez que eles representam os mercados de Gana, onde ele vive e trabalha. Participou da ultima edição de Kassel, na Alemanha, em 2017.
O Triângulo Atlântico, de 06/04 a 03/06, Porto Alegre.
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