Os estereótipos da Vetements em Paris
Não há dúvidas de que a Vetements sustenta uma grande participação no que é realmente novo para a moda nos dias de hoje.
A não adequação às regras e a reinvenção de coisas banais e símbolos da cultura pop para as passarelas fez com que todos prestassem atenção nos seus próximos passos. Foi assim que, mais uma vez, a marca conseguiu provar sua relevância na apresentação da coleção de inverno na Fashion Week de Paris.
Os convites que imitavam carteiras de habilitações do mundo inteiro, de acordo com a nacionalidade do convidado, dava uma pista do que estava por vir. Demna Gvasalia, designer chefe da Vetements, reiterou que a moda ainda tem o poder de representar identidades, formando grupos sociais através dos estilos de vida representados pelo que eles vestem. Em uma época de crise de refugiados, xenofobia, Brexit, ataques terroristas e aumento do conservadorismo, a exaltação da roupa enquanto forma de comunicação social, que valoriza a diversidade e une as pessoas é uma boa exemplificação da grande participação da moda nas nossas vidas.
O casting foi montado de acordo com o conceito do desfile: cada modelo pertencia à tribo que representava na passarela. A maioria deles sequer era profissional, vários foram escolhidos pelas ruas e bares de Paris, segundo Gvasalia. Os estereótipos nunca foram tão verdadeiros e tão bem representados.
A primeira a adentrar a passarela foi a senhora rica com o seu casaco de pele, logo após, a parisiense vestindo trench coat. O desfile continuou com a participação de skinheads, um punk com os característicos spikes, a secretária de saia lápis e até mesmo um guarda das Nações Unidas de uniforme. Os estereótipos, porém, foram mostrados conforme as lentes da Vetements.
Nas palavras de Gvasalia, tudo o que acontece em uma sociedade nos afeta e é filtrado conforme nosso estilo de vida, e ainda completa: “Acho que temos o luxo de conseguir transportar isso para nossas roupas, o que é ainda estranhamente possível… A moda é ainda poderosa”.
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