Paris, o filme
O cinema fragmentado do americano Robert Altman, de muitos personagens e situações, costuradas sem protagonistas nem ordem de grandeza, orienta a composição deste tributo apaixonado e melancólico ao life style da capital francesa, do diretor Cedric Klapish. Estão lá os acadêmicos, os estudantes, os burgueses emergentes, os fashionistas, os feirantes, a comerciante racista, a garota bonita, o trânsito caótico, a história, a arquitetura, e as grandezas e banalidades do passado e de hoje. Cedric é o mesmo do Albergue Espanhol, um filme que sem fazer alarde entrou na lista de cults empáticos que no Brasil todo mundo viu. Este confirma o registro humanista do diretor, que sustenta os acordes emocionais sem resvalar na choradeira. Em grande parte pela esplêndida Juliete Binoche. Ela faz uma assistente social quarentona, com três filhas, sem marido, sem maquiagem, despenteada, e com um coração do tipo “que dá para ouvir os batimentos” (Essa idéia eu li em algum lugar que não me lembro qual e roubei). O filme costura um cotidiano de pessoas, relações, e situações ordinárias que o cinemão evita: irmão, irmã, ex-casal, crianças normais, idas à feira. As muitas tramas são intercaladas pela imobilidade do personagem do Romain Duris, que tem a vida suspensa pela iminência de um transplante do coração. Nas palavras do próprio diretor: um retrato efêmero de uma cidade eterna. Imagem: wordpress.com
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