Raf Simons e Sterling Ruby desafiam o histórico territorialista das assinaturas
A zona de passagem entre moda e arte, sempre nervosa e rica, embora repleta de equívocos, está para ganhar um novo capítulo através da colaboração entre Raf Simons e Sterling Ruby. Os dois se juntaram para fazer uma coleção masculina. O desfile acontece dia 15 de janeiro. Não se trata de uma parceria usual. Para começar, a marca Raf Simons desaparece por uma estação e entra no ar uma outra, resultante do trabalho de ambos. A partir desta radical contravenção no histórico territorialista das assinaturas comerciais, desenha-se um universo de experimentações técnicas e de linguagem. Os dois já anunciam experimentos que desafiam lógicas produtivas e estilísticas do universo da moda enquanto atraem a arte para um terreno híbrido, frequentemente explorado, mas não com a consistência que se espera desta experiência promovida por estas duas forças criativas da cena contemporânea.
Agora é esperar para ver. Enquanto isso, uma coisa já é certa: os dois não compram roupas na mesma loja!
Quem são
Raf Simons O belga autodidata que comanda a Dior é uma onipresença na moda atual. A simples menção do nome dele implica em associações com rigor, precisão técnica, inventividade e enorme sucesso profissional. Simons é um criador raro nesta área. Chegou aonde chegou amparado por talentos nada midiáticos ou espetaculares. É o homem “sério” da moda e um dos mais influentes em atividade.
Sterling Ruby O artista transita por muitos estilos. Um adepto do excesso, em tese, é o oposto do rigoroso e contido Simons. Ruby é um image-maker, produtor de uma gama heterogênea de objetos e de estilos. Opera com pinturas abstratas, colagens, esculturas, arte minimalista, cartazes situacionistas, grafitti e assim por diante. Não é um novato na área. Vem de uma parceria com a Maison Martin Margiela.
Quando e Onde Dia 15 de janeiro, em Paris.
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