Pode-se argumentar que é impróprio atribuir uma personalidade específica para cada semana de moda. Mas não é não. Tem algo nos desfiles dessa temporada americana, por exemplo, que dá o que pensar. Em primeiro lugar entra o mergulho na América profunda, que reaparece perdida entre o campo e a cidade, com a recessão mordendo os calcanhares de johnboys e maryellens da extinta série Os Waltons.  Considerando que o maior representante dessa submersão em jeans puídos e vestidos líricos de algodão é a icônica e americaníssima Ralph Lauren, faz sentido levar em conta. Logo em seguida entra a súbita conversão fashion ao football, ao soccer e outras modalidades esportivas destinadas a divertir, a inspirar coleções, e também a inflar o espírito patriótico. Por último, uma versão da razão de ser dos bons e velhos filmes musicais. A saber a de dourar a pílula e fazer sonhar, seja qual for a situação. É o escapismo em cena, e a moda engajada na recuperação do abatido american pride. Na imagem, Ralph Lauren, Alexander Wang e Marc Jacobs. www.coutorture.com