No primeiro dia SPFW é anos 80, africana e japonesa
A semana paulista começa encorpada, apostando pesado nos anos 80, na modelagem ampliada, na estamparia vistosa e na cor. A Animale faz contraponto a esta inclinaçao e baixa o tom para falar de África e Safári, velando os clichês do tema (e o quase nada de animal print) com muito jogo de transparências e seda rústica extremamente leve. Os ombros estruturados e ampliados, entretanto, confirmam que a década da hora volta a ser ela, a que alguns chamam de década perdida, aquela que produziu do pior e do melhor que a história da moda já viu. Palha, ráfia e couro com stretch respondem por outros pesos e texturas no desfile da marca, que tem sempre a investigação de matérias primas como ponto forte.
Fause Haten é outro a interpretar a mãe África e, filtrada por ele, ela é black power,sofisticada, multicolor e rende modelagem elaborada, com muitos vestidos longos.
Herchcovitch também embarca nos anos 80 embalado pela música do Boy Jorge, cabelões, formas muito amplas e colorido forte. A cintura práticamente desaparece na roupa do Alexandre. Com exceção de alguns poucos looks arrematados por enormes laços na cintura, nos conjuntos, a parte superior tem ombros armados ou cavas deslocadas, e desce reta nas laterais ultrapassando a peça inferior. Nos vestidos e casacos/vestidos o corte é abaulado no centro da silhueta e a maioria vai até abaixo dos joelhos. As cores são lindas, os encontros de tecidos e padrões diferentes(uma profusão de quadriculados e xadreses ingleses) são extremamente bem executados e os sapatos coloridos idem. O clima é pop e otimista, com direito a muito rosa chicletes, amarelo ácido, p&b e enormes corações aplicados sobre algumas peças. O ponto alto do dia mais uma vez é dele.
Na moda internacional os Anos 80 foram pouco citados, comparecendo nas proporções exageradas e abordados como forma ampliada, bold e outros termos que davam conta das grandes medidas na modelagem. Neste inicio de SPFW, a realidade é outra, a referência não poderia ser mais clara e o assunto vale também para a Triton. Ok se a inspiração declarada é o Japão, mas, com mangas enormes, estampas multicoloridas e algumas peças superiores de alfaiataria bem afastadas do corpo, a marca também corteja o tema. À sua maneira de fazer roupa jovem, é claro. E é quando entram em cena os comprimentos curtos, os saiotes godês finalizando os vestidos justos. Tudo em roxo, vermelho, rosa, verde e azul.
Na Tufi Duek é a botânica, e particularmente as flores, que dão as cartas. embora nenhum espécime vegetal esteja representado lá. Segundo Pombal, que desenha a marca, as flores comparecem nas cores, na sutileza das construções assimétricas e de desenhos de sugestão espiralada, acentuados pelos jabôs e cortes irregulares nas barras, e pela oposições entre áreas de tecidos opacos e transparentes. Extremamente feminina e delicada essa coleção, dominada por branco e um pouco de amarelo, rosa e laranja.
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