SPFW: Reinaldo Lourenço
O espaço entre as filas de cadeiras no teatro da FAAP é mínimo, mas este é um problema do teatro. Só interessa falar dele aqui porque nestas medidas acanhadas não cabiam as pernas longilíneas de parte do público que foi até lá para ver o desfile do Reinaldo Lourenço. Este problema também não é do desfile. Felizmente, ele fluiu muito bem. Não sofreu nem com este nem com outros apertos que, no momento, comprimem o espaço de atuação das marcas brasileiras. O ponto em que o desfile do Reinaldo acusa esta pouco suave compressão do mercado é na visível busca por leveza e jovialidade (e pelo público atraído por estas qualidades). Colorida, estampada e com medidas que poupam os tecidos da extinção ( o designer faz uso racional deles) a coleção alcança as metas que este texto definiu como sendo dela e é, de fato, leve e jovial (com perdão do adjetivo vintage). Adepto de imagens de luxo, sempre contemporâneas, mas também em dívida com a tradição da grande moda histórica, Reinaldo soube ajustar a vocação de sempre à mensagem de frescor que ele quer passar. Melhor ainda é que o momento de maior comprometimento sazonal, não tem nada de feito às pressas e não compromete a qualidade final. Com marcação “geométrica” as meninas que se postavam diante dos retângulos de cores inglesas (vermelho, azul e branco) carregavam uma excelente coleção resort, salpicada de elementos icônicos da cultura britânica. Dos jardins ao trench coat.
Imagens Agência Fotosite
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