Roberto Carlos parece não se divertir com nada, a não  ser com o  show que serve requentado na noite de Natal. Um estudo acadêmico intitulado “Jovem Guarda: moda, música e juventude”, resultado de uma dissertação de mestrado pelo Centro Universitário Senac, foi lançado como livro em abril pela Estação das Letras, cujo foco editorial é moda e design. A editora publica estudos, reflexões e idéias sobre assuntos pouco ou nada abordados no país. E não é que ela foi notificada pelos representantes legais do Sr. Roberto Carlos solicitando a imediata retirada do livro de circulação? A autora, a professora Maíra Zimmermann, precisou ir a público para dizer: “Foi um trabalho de cinco anos. Tive todos os cuidados, inclusive com os direitos das imagens que utilizei. O foco é acadêmico.” Kathia Castilho, cofundadora da editora emendou: ” O livro fala da Jovem Guarda como uma mudança do comportamento do jovem brasileiro centrando na moda, em como a moda coloca em cena outras formas estéticas.” A chatice do cantor, que alega querer proteger a própria imagem, tem sustentação jurídica em artigo da lei brasileira que permite ao biografado vetar uma publicação. Não era o caso dessa pesquisa acadêmica sobre um movimento cultural dos anos 1960 do qual ele apenas fez parte.Triste rei este, que não entende os tempos democráticos, nem sobre ele o livro é. Alguém precisa avisá-lo que a história é maior que ele. Sem falar na grande  mini saia, nos colossais  terninhos space age, no triunfante topete empastado e, é claro, no incomparável par de botas brancas a la Courrége.