As colunas de Buren instaladas no Palais Royal, em Paris,  são da década de 80. A verdade é que eu não sabia da existência delas e, no momento que cheguei lá, surtei com minha falha de informação. A parte boa dessa história é que esta ignorância me proporcionou um dos melhores momentos em Paris.

No que diz respeito às interferências da arte contemporânea em espaços históricos, esta obra do Daniel Buren é precursora e é de tirar o fôlego, embora tenha colecionado críticas duras desde a época da instalação.

Em torno do pátio onde estão as colunas, e do grande jardim central que fica adiante, as galerias abrigam uma sequência de lojas inexplicáveis, com vintages de Balenciaga, Dior e outras raridades flutuando em interiores tão empoeirados quanto vivos, como só esta cidade sabe proporcionar.  Alguns restaurantes silenciosos também se escondem neste espaço súbitamente quieto, bem ao lado da movimentação barulhenta em torno do Louvre. Quando por aqui, não dá para deixar de ver.