Brasil perde investidores para o México

Brasil perde investidores para o México

29 de outubro de 2014 Moda 0

LV_Cancun_2013_03_blog

Em meio as discussões sobre os rumos da economia brasileira, neste período pós-eleições, uma notícia publicada no Business of Fashion traz dados inquietantes para o setor de moda. Ela explica que, com o mercado do Brasil muito turbulento, o México começa a atrair as atenções. Entre as razões para esta ‘migração’, de acordo com o artigo no BOF, está o fato do Brasil ainda estar se recuperando do mal-estar social em torno da Copa do Mundo e do recente clima de incerteza política. Diante dessa nossa  realidade pouco atraente, o México parece perfeitamente equilibrado aos olhos do investidor.

Outra razão para o interesse no segundo maior país das Américas Latina e Central é que, apesar do grande volume de vendas, no Brasil o lucro não é grande devido aos impostos elevados e dificuldades para importar as coleções. Um fato, como sabemos. No México, tudo seria mais fácil e sujeito a taxas menores.

“Em comparação com outros países da América Latina, o México está particularmente bem posicionado para o negócio. Hoje, temos 10 acordos de livre comércio com 45 países diferentes em três continentes principais e modificamos as taxas de imposto com certas regiões fora desses tratados “, diz Carlos Salcido, diretor de marketing de luxo da cadeia de lojas de departamento Palacio de Hierro.

Enquanto isso no Brasil, em entrevista para a revista Época, o ex-presidente da Louis Vuitton no país, Carlos Ferreirinha, afirmou que as marcas de luxo que operam no Brasil não fazem dinheiro. Para Ferreirinha, a atividade do luxo no país é complexa, burocrática, difícil e onerosa, além de dar lucro só no longo prazo. Ele culpa os impostos altos, a burocracia e o retorno pequeno em curto prazo pela falta de investidores interessados em gastar dinheiro por aqui.

No Brasil, as empresas de luxo fazem mais negócios do que dinheiro. Elas entram aqui olhando para o futuro, visto que a quantidade de jovens é crescente, uma realidade diferente da Europa e de outros mercados nos quais a população de mais idade cresce mais que a juventude. Para o ex-presidente da Louis Vuitton, “na Europa, o consumo envelheceu. Na China e no Japão, por exemplo, o consumo está concentrado nos grandes centros, mas aqui os focos de consumo estão espalhados. O Brasil é o único país da América Latina que tem Recife, Fortaleza, Salvador, Goiânia, Ribeirão Preto, Macaé, Curitiba, Porto Alegre. O Brasil tem uma perspectiva gigante além de São Paulo e Rio de Janeiro. Isso é uma explosão. No longo prazo, esse novo desenho geográfico do consumo brasileiro irá sustentar o investimento de hoje”.

Basta saber o que estas marcas vão oferecer ao consumidor do futuro e se esta oferta vai mesmo mantê-los interessados nelas!

Sobre o autor

admin:

0 Comments

Compartilhe a sua opinião!

Seu e-mail não ficara público. Campos requeridos estão marcados com *

Deixe um comentário