Circuitos da moda em Buenos Aires: Palermo

Circuitos da moda em Buenos Aires: Palermo

14 de agosto de 2010 Moda 0

O INTI, Instituto Nacional de Tecnologia Industrial, e a Fundação ProTejer, apoiados pela Câmara de Turismo, realizam um trabalho importante em Buenos Aires, mapeando e dando visibilidade à produção de moda.  Na capital três circuitos dão consistência á idéia de que moda se faz é por lá, na própria Argentina, e não a partir de referências globais. Os circuitos ficam nos bairros de Palermo, Santelmo e Recoleta. Um comentário sobre o que vi em Palermo, cumprindo o roteiro oferecido, vai logo abaixo.
Começamos pelos Hermanos Estebecorena, que aparecem aqui em post recente. Eles fazem exclusivamente masculino, operando em registro contemporâneo, sem grande alarde e orquestrando um repertório sutil de boas idéias para se vestir. O trabalho da dupla é conciso, e eles não entregam nem mais nem menos do que prometem, algo que nem sempre aocorre no terreno da moda. A coerência formal e conceitual soa natural e consistente no caso deles. Fizeram o melhor desfile da semana de moda argentina (veja imagens acima)  e estão ganhando espaço em Nova York e outras paragens. Merecidamente. A loja fica na El Salvador, 5960.

Dorina Vidoni é marca madura e destinada a mulheres idem. Tem 06 lojas e uma equipe de trabalho profissional em todos os aspectos. A roupa é bem feita, refinada e esbanjando conforto. Se ainda não tem, teria trânsito fácil em qualquer parte do globo. O styling da marca força além do ponto o tom folk na comunicação. Mesmo que o ingrediente seja importante no trabalho dela, aliviar esta veia é o que abre caminho para vislumbrar um informal chic que é bem mais aberto e universal.   Honduras, 4834.

Mariana Dappiano também gosta de tricô e malharia em geral. Trabalha com sensibilidade os padrões, que são o carro chefe das coleções. A faixa etária baixa um pouco, mas é outra marca destinada à mulher madura, com apelo bem endereçado de loungewear elegante. Vi um desfile da coleção de verão há um ano atrás e as cores e os motivos florais emprestavam uma vibração extra ao trabalho. O mesmo papel no inverno coube aos motivos geométricos. Não foi possível ver nada do próximo verão. O momento na loja é de fim de temporada de inverno e, mesmo não sendo ideal para ver o melhor dela, é  bom para comprar. Gurruchaga, 1755.

Nadine Zlotogora é uma designer que dedica profunda atenção à artesania e aos materiais, especialmente os têxteis. Instalada em loja recheada de objetos e roupas para homens, mulheres e crianças, o maior trunfo dela é a capacidade de misturar, acumulando tecidos de pesos e aspectos variados, para chegar a um hand made refinado e contemporâneo. À frente de um projeto humanizado e atemporal, a aposta da designer é no sensível e no singular, com pegada naturalista e discurso e ações em torno de sustentabilidade ambiental.  Sazonalidade e tendências não são ingredientes da exuberante textura visual do universo dela. El Salvador, 4638.

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