Akris. Photography Aylin Bayhan

Albert Kriemler, o diretor de criação da Akris, trabalhou em parceria com a artista romena Geta Brătescu, que faleceu em 2018, aos 92 anos, para criar a coleção do verão 2019 da marca.

Além da absorção, representação e transposição de elementos visuais característicos do universo de um artista, ele buscou incorporar outras dimensões da obra enfrentando a difícil tarefa de transpor para o ambiente rarefeito da moda algo da densidade e sensibilidade desta artista admirável.

Akris.hotography Aylin Bayhan

Atribuindo ao trabalho de Geta a condição de “uma metáfora de como os seres humanos são atraídos um pelo outro”, ele usou como referência uma série de fotomontagem de 1974 de Brătescu, “Ímãs na cidade”, e empregou imãs como peças metálicas de fechamento da coleção.

Também usou imagens coloridas, alusivas a autorretratos, em acessórios, e manteve-se fiel à linha como elemento principal do universo da artista, criando estampas variadas sobre tecidos leves e tratando as silhuetas como que definidas por movimentos de linhas no espaço.

Brătescu passou grande parte da vida em Bucareste. Trabalhando sob o regime comunista, ela desenvolveu uma prática profundamente pessoal, com formas de subversão política relacionada a temas de identidade, gênero e desmaterialização. Sua estética é orientada pela incorporação de materiais baratos e cotidianos e por uma atitude em relação ao seu estúdio de trabalho, que ela definia como um ambiente seguro, como um palco para a invenção lúdica e independente.

Geta Bratescu não viu a coleção da Akris pronta. Recentemente, ganhou exposição na Galeria Hauser & Wirth, em Londres, com exposição intitulada “Geta Brătescu: The Power of the Line”. A Radar esteve lá, em fevereiro de 2019, e registrou. Confira abaixo: