EDUARDO MOTTA LANÇA LIVRO SOBRE MESTRE ESPEDITO

EDUARDO MOTTA LANÇA LIVRO SOBRE MESTRE ESPEDITO

3 de maio de 2016 Arte, Calendário, Moda, No Radar 1
Mestre Espedito e Eduardo Motta. Foto de Hélio Filho

Mestre Espedito e Eduardo Motta. Foto de Hélio Filho

Dia 06 de maio, dentro do Dragão Fashion Brasil, em Fortaleza, acontece o lançamento do novo livro de Eduardo Motta em parceria com a Editora Senac do Ceará. Desta vez sobre a obra do artesão de Nova Olinda, Mestre Espedito Seleiro,. O autor envereda pelas origens da estética do Mestre artesão, apresenta várias facetas da obra dele e o resultado de parcerias feitas com outros designers -como os Irmãos Campana- e com marcas de moda -entre elas Cavalera e Cantão. O livro é bilíngue, traz imagens espetaculares do fotógrafo Hélio Filho e tem projeto gráfico assinado por Erico Gondim.

Veja o que o jornalista e escritor Xico Sá, autor do prefácio diz sobre o livro:

“Achei bonito e importante o que Eduardo Motta anuncia como missão desse projeto: “Fui em frente ciente de que há sempre o risco de paternalismo na aproximação com obras e criadores da cultura tida como popular. É o que desnuda a artificialidade da aproximação e não era esse o descaminho que iria trilhar.”

Sim, é sempre um risco cair no folclorismo –no mau uso do termo- ou adotar um filtro exotic.

A investigação estética deste volume vale por uma faculdade de design brasileiro. Signo a signo, detalhe a detalhe da criação e recriação do mestre do Cariri, cuja obra em couro ajuda a reinventar a ideia de Nordeste do Brasil.”

Livro espedito seleiro

Confira imagens e um trecho abaixo.

“A obra do artesão de olhar inteligente e frases pouco decoradas enche os olhos de qualquer um. Difícil é ficar indiferente às linhas de comunicação que ela estabelece com o tempo presente. É fato que os objetos produzidos pela cultura popular ganham potência e sentido quando associados a sua origem e historicidade. Mas o próprio conceito de cultura popular eventualmente trai o que deveria ser sua destinação e minimiza a estatura da sua produção. Seria realmente um atributo dos objetos da cultura popular a incapacidade de participar -ou a distancia- do discurso formador do pensamento do seu tempo? Avaliar, em decorrência dessa e de outras supostas limitações – Ingenuidade? Exotismo? Perfil low-tech?- que eles teriam menor qualidade e valor seria um juízo válido? A quem interessa este juízo?

Mude o cenário em torno de uma das bolsas, calçados ou cadeiras de Mestre Espedito e eles serão os mesmos. Indiferentes ao debate, permanecerão tão atraentes na loja cult de Berlim, São Paulo e Nova York como na  feira de artesanato regional em Fortaleza. Aquele ou aquela que desconhecer do que se trata vai pagar por um objeto de presença magnética. Com um pouco mais de informação poderia enriquecer a percepção a respeito daquilo que adquiriu. Contudo, sempre haverá casos em que esta informação não vai estar presente, e, sem querer absolutamente destitui-los dela, apartando-os de suas origens, é possível considerar que, ainda assim, estes objetos oferecerão uma qualidade de experiência. Talvez porque, antes de se apresentarem como partes de um contexto, cada um deles configure, por si só, uma rara  manifestação de ordem poética e estética. Transitam sua integridade ancestral no fluxo banal das trocas e usos contemporâneos. Como que imersos na grandiosidade discreta de uma aparente ordem natural das coisas.”

Sobre o autor

admin:

1 Comment

  1. Dayanny

    10 de junho de 2016
    Responder

    O livro está lindíssimo, realmente a altura do trabalho do Mestre. Parabéns a toda a equipe envolvida no trabalho e, em especial, ao mentor do projeto Eduardo Motta.

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