Lichtenstein no Pompidou: uma experiência pop

Lichtenstein no Pompidou: uma experiência pop

22 de setembro de 2013 Moda 0

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Depois de relutarmos um pouco, lá fomos nós ver a exposição de Lichtenstein no Pompidou. Ok. Ainda esta tudo lá: a genialidade preservada e, a esta altura, o pensamento revelado. Tudo arrastado para dentro do espaço do museu-espetáculo. Levamos um tempão na fila. Ao som de todas as línguas atravessamos um infindável zigue-zague de barreiras, iguaizinhas aquelas de fila de banco e aeroporto. Isto antes de sermos atirados em salas hiper lotadas, duelando com educados “pardons” pelos valiosos centímetros quadrados que davam acesso visual aos trabalhos. Insana a situação. Nem supermercado em véspera de catástrofe deve ser tão disputado assim. A obra de Lichtenstein tornou-se tal e qual os temas dos quais ele se apropriou: um produto mass media reconhecível e desejado por quase todo mundo. Este destino, perseguido pelos artistas da arte Pop, parece perfeitamente cumprido. O que redime cada um deles é o viés singular que conseguem imprimir ao seu conspícuo relacionamento com embalagens de produtos, imagens publicitárias ou personagens de cartoon. Se é que estes artistas que a seu tempo abriram um fenda nos cânones da arte, alcançaram um gigantesco apelo popular e hoje atingem preços estratosféricos no mercado precisam de alguma redenção. Lichtenstein, em particular, forçou todos os limites na sua aproximação e uso de  imagens icônicas.Ele conseguiu isolar elementos da própria pintura, como a pincelada virtuosística, alçada à mesma categoria da garota bonita da propaganda ou da cena da revista de quadrinhos. Como suprema irreverência, ele também repintou obras de seus próprios colegas, contemporâneos e do passado. Mais Pop impossível.  Mais perto da grande e abarrotada loja no andar térreo do  Pompidou, também impossível.

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0 Comments

  1. MD

    6 de outubro de 2013
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    Em tempo, o chamado "Ben-Day dots", sempre associado ao Lichtenstein, e ainda mais popularizado como um dos efeitos/recursos de tratamento de imagens no Photoshop e similares, vem da técnica de impressão criada pelo ilustrador e impressor Benjamin Henry Day, Jr. e data de 1879. Curioso é que a referência é tbem clara do pontilhismo, em que pequenas manchas ou pontos de cor provocam, pela justaposição, mistura óptica nos olhos do observador (imagem). O ponto máximo atingido por Seurat, considerado o iniciador desta corrente artística, tal como em "Tarde de Domingo na Ilha de Grande Jatte" é datado de 1884-86.
    Enfim, Lichtenstein levou tudo isso ao extremo, nos anos 1960/70, reproduzindo à mão, com fidelidade, os procedimentos gráficos.

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