Miami Art Basel goes fashion

Miami Art Basel goes fashion

15 de dezembro de 2011 Arte, Moda, Opinião 0

Tempos atrás, uma das feiras de arte mais encorpadas do planeta, A Basel Art Fair, que acontece na Suiça desde 1970,  estendeu um braço para o continente americano e escolheu Miami para ancorar o exército de obras, galeristas, artistas, marchands, curadores, críticos, compradores e simpatizantes das artes visuais que circulam em torno de acontecimentos semelhantes. Dez anos depois, a Miami Art Fair tornou-se um organismo maiúsculo e independente atraindo negócios como buracos negros atraem matéria. Na atual edição, um fenômeno que vem ganhando massa desde os anos 90 parece ter atingido um pico de manifestação engolfando a fauna habitual e somando a ela um contigente de fashionistas de fazer inveja às maiores semanas de moda. Nem parece apenas mais um capítulo do relacionamento passional entre moda e arte, mas a coroação dele, traduzida em um paroxismo de festas, jantares, lançamentos e parcerias que ganhou a linha de frente do interesse de observadores ao redor do mundo. E ganhou também a nossa. Acima, Brydie Bell recebe Gareth Pugh em jantar. Foto hauteliving.com

Dior, Bally, Pringle of Scotland, Maison Martin Margiela, DSquared, Louis Vuiton e Emporio Armani são marcas que  objetivamente fizeram  algo por lá. Acima, convite para festa e lançamento da parceria Dior / Anselm Reyle

Na lista de profissionais diretamente ligados à moda comparecem Gareth Pugh, Naomi Campbell, Roberto Cavalli Ana Beatriz Barros, Lily Donaldson, Dan e Dean Catten. Nas imagens do artinfo.com Ana Beatriz e Cavalli.

Com muita relação com a moda, Daphne Guiness, Pharrel Willians, Paris e Niki Hilton e muitos mais. Acima Liam Gillick, Tilda Swinton e Alistair Carr. Foto: hauteliving.com

As parcerias são um caso a parte. A brasileira Beatriz Milhazes assina uma instalação de pedras precisosas para a Cartier, Liam Gillick  assina uma linha de acessórios para a Pringle (acima) Olaf Breuning para a Bally e Anselm Reyle para a Dior. Listas são aborrecidas e paramos por aqui, mas esta é importante para dimensionar a intensidade da coisa, tão potente que já se fala da feira como vitimada por uma sobrecarga social.

Recentemente publicamos um post sobre o dinheiro da moda, o fashion money, comentando o emprego dele como suplemento vitamínico/ financeiro para a arte. Os acontecimentos da Miami Basel apontam para a intensificação do trânsito de mão dupla nessa autopista, com atores de ambos os lados tirando proveito da parceria.  O fenômeno está em curso e o ritmo é acelerado. Apesar dos antecedentes históricos, os desdobramentos dessa aproximação que acontece na era em que o mercado dita todas as regras é uma incógnita, e digita uma linha de pontos de interrogação no horizonte de ambas as áreas.

Será que as artes visuais, tradiconalmente resistentes à enxurrada da espetacularização, estão se encaminhando para formar uma divisão da sua produção equivalente à do cinema hollywoodiano, 100% comprometida com o mercado? Ou será que isso já existe e esta pergunta na verdade  caducou?

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eduardo:

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