O caldeirão de misturas da Alta Costura Dior
“Eu não sou minimalista” afirmou Raf Simons, antes do desfile de Alta Costura da Dior. A coleção apresentada por ele é um manifesto para não deixar dúvidas disso. A começar pela concepção do espetáculo. Simons contemplou elementos de estilo de quatro diferentes continentes, ilustrou isso com trabalhos de quatro super fotógrafos (em imagens espalhadas pelo ambiente) e promoveu na roupa de fato um caldeirão luxuriante de misturas. Considerando o passado de “menos é mais” do estilista, ele também foi superlativo na quantidade de materiais e cores.
A África foi contemplada em imagens de Terry Richardson e celebrada na coleção pela liberdade do uso de cores. As imagens da Ásia eram de Paolo Roversi e o continente representa a pureza da tradição interpretada em vários looks baseados no quimono. Os Estados Unidos emprestam a veia esportiva da coleção e as fotos no local do desfile eram de Willy Vanderperre. A história europeia (e francesa) da Dior foi clicada por Patrick Demarchelier e comparece em modelos com o DNA da casa.
Voltando à passarela, é nela que Simons costura toda esta parafernália de referências para fazer roupa de apelo global. Na esteira de outras grandes marcas, que hoje vendem para a Ásia e África e sobrevivem disso, a Dior, pelas mão talentosas do ex minimalista Raf Simons (hoje um aspirante aos excessos) apresenta suas cartas em tom de completa mestiçagem de culturas e ideias. A estratégia é correta, faz tempo que a Alta Costura não sobrevive das minguadas economias ocidentais.
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