Na primeira vez que tentei visitar o museu um pequeno tumulto me manteve fora dele. Os manifestantes protestavam em muitos decibéis contra a administração do atual diretor. Voltei no dia seguinte, e, mesmo sem entender inteiramente a questão, dei de cara com aquele ranço oficial, que ao mesmo tempo sustenta e corrói, e se espelhava pelo piso maltratado. Bastou para elucidar alguma coisa. Entretanto, em meio ao esforço para manter a dignidade sanitária, a ausência de um café, e uma lojinha de localização inexplicável, o acervo do museu é de fazer inveja. Desmente alguns mitos sobre a suposta superioridade do acervo do Masp em relação aos museus latino americanos. O projeto da Lina sim, é inigualável. No mais, não sei não. Um Rembrandt impressionante: Retrato de Lisbeth van Rijn; alguns Goyas geniais; um Degas espetacular: Retrato de Diego Martelli. Mais: Morandi, Modigliani, Lèger, Vasarely, Rothko e Pollock. Estes são apenas alguns dos que ficaram anotados no moleskine falso da viagem.