Para onde vai o seu fashion money?

Para onde vai o seu fashion money?

8 de dezembro de 2011 Arte, Moda, Opinião 0

 

 Pode conferir: na lista de sponsors de grandes museus e mega exposições o Fashion Money bate ponto. Isto quando não é ele sozinho que levanta as paredes, dá o acabamento e sustenta a programação.

 

Entre os casos notórios está a Fondazione Prada. De duas décadas para cá, Miuccia decidiu que a arte era uma extensão natural do seu negócio. Desde então a fundação já publicou centenas de livros, realizou inúmeras exposições e distribuiu prêmios. Anish Kapoor, Louise Bourgeois, Dan Flavin, Walter de Maria, Sam Taylor-Wood e Mariko Mori, entre outros peso-pesados das artes já passaram por lá. A exposição acima é do John Baldessari.

A Fondazione não fica quieta em Milão e expande-se pela Ásia e outras partes. Nas imagens, exposição de Anish Kapoor em Veneza.

 

Em Paris, desde 2006, e com ramificação em Tokyo, a Louis Vuitton mantém espaços culturais para a arte contemporânea.

Paralelamente, Bernard Arnault, CEO do grupo de luxo LVMH Moët Hennessy Louis Vuitton, ele próprio um  colecionador de arte, tornou pública intenção de construir um mega centro de arte contemporânea na cidade, com este projeto aí acima assinado pelo arquiteto Frank Ghery e custos estimados em 100 milhões de euros.

 

Yves Saint Laurent e o companheiro Pierre Bergé, colecionadores vorazes de arte, financiaram inúmeras exposições e reformas de museus na Europa. Depois da morte do estilista entrou em campo a Fundação Pierre Bergé –Yves Sain Laurent, hoje investindo em arte contemporânea além de tudo em que já investia no passado.

 

Também em Paris a Fundação Cartier apóia-se sobre a fortuna criada pelo joalheiro e relojoeiro homônimo. As jóias que ajudaram reis, rainhas e outras figuras abastadas a parecerem ainda mais poderosas, e beldades de todos os gêneros a brilharem com maior intensidade, hoje servem para sustentar performances, instalações e experimentações variadas da arte contemporânea.

 

A relação da Gucci é com o cinema. A marca tem contribuído com a preservação de clássicos restaurando filmes influentes em parceria com a Fundação Martin Scorcese,. Títulos restaurados até agora incluem A Doce Vida de Federico Fellini, O Leopardo de Luchino Visconti (nas imagens acima), Uma mulher sobre Influência de John Cassavete e As amigas de Michelangelo Antonioni.

 

Os donos da Gap venderam tanto jeans barato que fizeram fortuna.

Em 2009 eles doaram sua coleção de arte para este Museu de Arte Moderna de São Francisco. Recheada de Warhols e Calders, entre outras estrelas do período, a coleção está avaliada em algo perto de um bilhão de dólares.

 

Balenciaga e Armani engrossam a lista. A Hugo Boss figura entre os patrocinadores do Guggenheim de Nova York. No Brasil a Cavalera lançou a Cavalera Art Projects em 2010 com o objetivo de difundir a arte contemporânea. Imagem acima do http://conduit.djmuse.net

Cada marca faz o que gosta, pode e lhe convém, garantindo um tempo maior que aquele que as roupas que vendem têm na vida de quem as consome. A lista é interminável e a prática vai longe no tempo, pelo menos em mercados onde a moda teve tempo para amadurecer, capital para investir e sensibilidade para entender que, para durar, não basta vender produtos.

As imagens são de fotodivulgação.

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