Eduardo Navarro vive e trabalha em Buenos Aires. O projeto dele se baseia em técnicas de terapia desenvolvidas para crianças autistas em fazendas de animais.  São tratamentos que pretendem desenvolver uma sensação de confiança e empatia nos participantes. “O foco do artista no autismo propõe o entendimento da condição como possibilidade e não como limitação. Se a psicanálise tradicional interpreta o autismo como uma incapacidade de formar um “eu” e de se relacionar com outras pessoas, Navarro nos convida a refletir sobre as instâncias de encontro entre animais e humanos, onde a ênfase no sujeito/eu recua para o segundo plano. Na criação de Cavalos não mentem, para a 9ª Bienal, Navarro trabalha com coreógrafos de Porto Alegre. A performance explora um modo de pensar, por meio de imagens mentais, que suspende a linguagem verbal e se aproxima de um estado de transe”. Esta instalação apresenta as roupas de cavalo criadas para cinco dançarinos vestirem na performance.

As roupas são invenções mecânicas, potencializadas por mímicas baseadas nos movimentos equinos. São mais uma espécie de prótese humano-animal do que uma fantasia que se parece com um cavalo. O resultado é um dos trabalhos mais impressionantes dessa edição da Bienal do Mercosul.

A performance Cavalos não mentem podia ser vista do alto do terraço da Usina do Gasômetro, um dos espaços da Bienal. Aquelas pequenas figuras na foto, com o Guaíba ao fundo,  são os “cavalos” em ação.

Este é o terraço da Usina. A performance aconteceu nos dias 13 e 14 de setembro, encerrando sempre com o pôr do sol.

Tem mais datas marcadas, uma em outubro outra em novembro. Divulgaremos oportunamente.

Dançarinos: Luciano Tavares, Marco Fillipin, Renata de Lélis e Viviane Lencina

Coreógrafo: Eduardo Severino

Figurinos: Maíra Coelho

Fotos: Radar