Radar entrevista: ASAP

Radar entrevista: ASAP

1 de dezembro de 2015 Entrevistas, Moda 0

A ASAP é uma marca jovem gaúcha, criada em 2010, por dois amigos: o Sérgio e o Gabriel. Eles trabalham com roupas minimalistas, simplificando o conceito do complicado. O trabalho é muito bonito e bem concebido. Conversamos um pouco com os rapazes sobre a trajetória da ASAP, sobre como é ser uma marca pequena no meio de grandes marcas e corporações e sobre o futuro do projeto.

Radar: Vocês criaram a marca há 4 anos, desde então já lançaram várias coleções e recentemente participaram do Dragão Fashion Brasil, em Fortaleza. Como surgiu a ASAP? Como tem sido a trajetória ao longo deste tempo? Quais foram e são as maiores dificuldades e desafios para se empreender com uma marca de moda, de acordo com a experiência de vocês?
ASAP:  A ASAP surgiu a partir do desejo de Sergio criar sua própria marca e da sua amizade com Gabriel. Nossa trajetória foi marcada por um desenvolvimento lento, onde nenhuma etapa foi acelerada pois sempre acreditamos que fosse importante nós nos desenvolvermos junto com a marca para criarmos uma identidade forte e verdadeira. A maior dificuldade foi, e ainda é, sermos aceitos e reconhecidos num mercado onde existem tantas empresas já consolidadas e muitas vezes a concorrência pode ser desleal.

Contem para nós como foi participar do Dragão e que possibilidades foram abertas para vocês após o desfile?
Participar do Dragão Fashion Brasil 2015 foi uma experiência única, pois pela primeira vez levamos nosso trabalho à passarela de um evento do porte do Dragão. Além de ter sido um evento fantástico e de termos sido muito bem recebidos, as oportunidades vieram antes mesmo do próprio desfile, quando surgiu a possibilidade de desenvolvermos um óculos em parceria com a Zerezes. Após o desfile se abriram novas portas para parcerias e também para novos projetos que estamos desenvolvendo nesse momento.

Acentuadamente a partir dos anos 2000, marcas de grande produção e distribuição ocuparam uma fatia enorme do mercado de moda global e nacional. Como vocês veem a posição de marcas de porte menor, como a ASAP neste contexto?
Acreditamos que apesar desse forte movimento do fast fashion, sempre haverá espaço para novas marcas, porque mesmo que existam as grandes produções e distribuições as pessoas ainda buscam marcas que estabelecem um vínculo entre elas e o consumidor. E é nesse cenário que se encaixa a ASAP, onde pessoas procuram uma marca que realmente expresse uma identidade própria.

Muitos jovens designers que optam por começar marca própria, acabam por absorver boa parte dos processos para si, ao invés de terem equipes montadas para cada atividade. Como é com a ASAP? Até que ponto no processo vocês ‘colocam a mão na massa’ e o que delegam/terceirizam?
A única etapa terceirizada é a produtiva. Todo o resto, a parte criativa e administrativa, é feita por nós mesmos.

Vocês se caracterizam por simplificar o conceito do complicado, buscando reflexões nos movimentos do cotidiano e através de um olhar minimalista procuram trabalhar o espaço corpo/matéria. Poderiam falar um pouco mais para nós sobre esta definição? Quais os referenciais estéticos que consideram importantes para a ASAP? De que maneira vocês procuram se manter relevantes esteticamente para a atualidade?
Nós buscamos nossas reflexões em vivências e tentamos traduzir isso de uma forma simples partindo de um conceito complexo, por isso os traços simples e retos são as principais características da ASAP. Fazemos sempre o que realmente acreditamos, mantendo a identidade da marca e seguindo nosso valores.

Recentemente, vocês lançaram a coleção Versus para o próximo verão. Poderiam falar para nós um pouco mais sobre ela, o processo, conceito, etc.?
A coleção Versus parte de uma reflexão a respeito dos contraponto entre a vida no campo e a vida nas grandes cidades. O processo criativo iniciou a partir de um texto conceito, onde o mesmo foi o principal guia da criação. Buscamos trabalhar com materiais inusitados para representar as diferenças, como o uso do acrílico representando a rigidez das grandes cidades e a seda primitiva e a palha de milho representando a simplicidade do campo.

E finalmente, como vocês veem o futuro da ASAP? Quais são os projetos, os desejos e objetivos para os próximos anos?
Para o próximo ano pretendemos desenvolver algo especial, pois estaremos completando 5 anos da nossa primeira coleção. Também pretendemos lançar nossa loja virtual e atingir o mercado internacional.

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