RADAR ENTREVISTA DAVID LEE

RADAR ENTREVISTA DAVID LEE

8 de fevereiro de 2018 Moda 0

David Lee + ilustrações Bianca Misino. (Foto: Anderson de Deus)

Há um quê de destemido na moda produzida por David Lee. A perspicácia do jovem criador – um ex-aluno do Senac-Ceará – aliada a um background de referências fortes culminam num homem que assume a identidade, a elegância e a chance de falar o que pensa. A sensibilidade, a fraqueza e as noções de sentimento, que foram historicamente renegadas à construção da masculinidade, ajudam a engendrar o espírito de marca proposto por Lee. Num mercado que tem se aberto para ensaios de inovação e que está crescentemente ávido por material de moda que impressione, David Lee surge e dá o nó na gravata sem que a camisa de antes pareça antiquada.  Não é a toa que ele foi um dos vencedores do concurso GQ+Reserva.

A Radar entrevistou David Lee recentemente.  Na conversa, o estilista cearense discorreu sobre os planos de futuro da marca, sobre o mercado de moda masculina e o futuro da indústria.

Confira abaixo a entrevista (english version bellow):

 O que você espera para a sua marca agora que é um dos vencedores do GQ + Reserva?

Espero aprender mais e absorver tudo que for possível com Reserva e o pessoal da Malha assim como tornar a marca visível nacionalmente.

Da para viver de moda masculina no Brasil?

Acredito que sim, há um grande publico e uma escassez de marcas que desenvolvem moda masculina no Brasil. E também é perceptível uma nova cena com homens mais preocupados com a  aparência e interessados por moda.

David Lee + ilustrações Bianca Misino. (Foto: Anderson de Deus)

Editorial “Nova edição”. (Foto: Victor Gomes)

O homem brasileiro é conservador?

Sim, o homem brasileiro ainda detém muito da tradicional masculinidade que hoje não representa mais todos os homens. Porém temos caminhado para mudanças e já é possível ver outros tipos de comportamento. Espero e acredito que podemos evoluir nesse sentido.

Por que você escolheu trabalhar com moda masculina?

A moda masculina é uma paixão desde meus primeiros contatos com a moda, ela é diferente e mais desafiadora a meu ver. Ela me faz pensar além e me guiou para encontrar um propósito junto ao meu trabalho. Apesar de os limites entre a moda feminina e a moda masculina estarem mais tênues, ainda faz muito sentido para mim pensar um peça através de um gênero, visto que o comportamento masculino é minha principal guia na forma como desenvolvo meu trabalho. Pode parecer demais, mas quero contribuir para formação de novos referenciais de masculinidade.

Campanha de 2015.

Quem sua marca veste?

A marca propõe um diálogo interno do homem consigo. Acredito que esse diálogo é fundamental para que ele se conheça e forme sua própria identidade e não seja mais um reprodutor de antigos aspectos que antes definiram como ele deveria ser. Quem se identifica com essa mensagem, tem um espirito jovem e gosta de moda veste nossas peças.

Para quê você acha que nos vestimos?

De forma inconsciente nossa personalidade está em nossas roupas e quando temos consciência disso ela passa a ter uma comunicação mais clara de nossa personalidade. Nos vestimos para nos comunicar e cada vez mais para expressar nossa singularidade.

Editorial “Running”. (Foto: Ivo Rodrigues)

A moda tem futuro?

Tem sim! Acredito que ela sempre terá um papel importante nas mudanças do mundo. À medida que o mundo muda, ela muda junto com ele. Hoje dependendo de quem a desenvolve ela detém em papel super importante na vida das pessoas. Ela pode te ajudar a sonhar, a se conhecer, integrar e unir. Precisamos apenas mudar a forma de faze-la e assim seu futuro estará garantido.

English version

There’s something fearless on David’s work. The insight of the young creator – a former Senac Ceará student – allied with a background of strong references culminates in a man who assumes identity, elegance and a chance to speak whatever in his mind. Sensitivity, weakness and notions of feeling, which have historically been neglected to the construction of masculinity, help to engender the brand spirit proposed by Lee. In a market that has opened itself to trials of innovation and is increasingly avid for fashion material that could impress, David Lee emerges and knots his tie without the old shirt looking old-fashioned. No wonder he was one of the GQ + Reserva winner.

Radar interviewed David Lee last Friday. In the conversation, the fashion designer from Ceará discussed the brand’s future plans, the men’s fashion market and the future of the industry.

Check out the interview below:

What do you expect for your brand now that you are one of the winners of GQ + Reserve?

I hope to learn more and absorv all that is possible with Rerserva and the knit staff as well as make the brand visible nationally.

Do you think it is possible to do your living with fashion?

I think so, there is a great public and a shortage of brands that develop masculine fashion in Brazil. And it’s also noticeable a new scene with men more concerned with appearance and interested in fashion.

Is the Brazilian man conservative?

Yes, the Brazilian man still holds much of the traditional masculinity that no longer represents all men today. But we’ve been on the road to change that. And a new behavior can already be seen, so I hope and believe that we can evolve accordingly.

Why did you choose to work with men’s fashion?

Male fashion is a passion since my first contatc with fashio, it’s different and more challenging in my view. It makes me think beyond and guides me to find a purpose next to my work. Although the boundaries between women’s fashion and men’s are fainter, it still makes a lot of sense for me to think about a piece through a gender, since male behavior is my main guide in the way I do my work. It may sound pretensious, but I want to contribute to the formation of a new references to masculinity.

Who does your brand wear?

The brand proposes an internal dialogue of the man with himself. I believe that this dialogue is fundamental so that it knows itself and forms it’s own identity and is no longer a reproducer of old aspects that previously defined as it should be. Whoever identifies with this message, has a young spirit and likes fashion dress our pieces.

What do you think we dress for?

Unconsciously our personality is in our clothes and when we are aware of it, it has a clear communication of our personality. We dress to communicate and more and more to express our uniqueness.

Does fashion have a future?

Yes, it does! I believe that fashion always will play an important role in the changing world. As the world changes, it changes along with it. Today, depending on who develops it, holds a super important role in people’s lives. It can help you to dream, to know yourself, to integrate and to unite. We just need to change the way we make it now and then, its future will be guaranteed.

 

 

 

 

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