Ambição espetacular. São termos deste tipo os empregados para falar da reforma de 100 milhões de dólares da tradicional loja de departamentos de Paris, a Printemps. O prédio é de 1883, e tem todos os ingredientes esperados de um projeto da época, com escadas curvas e suntuosas, profusão de parapeitos de metal trabalhado, e uma grandiosa cúpula de vidro. A transformação promovida no interior pelo escritório canadense Yabu Pushelberg é enorme.

No ranking das grandes lojas históricas da capital francesa, o primeiro lugar é ocupado pelas Galeries Lafayette, que ficam no Boulevard Haussmann, muito próximas da Printemps, que ocupa o segundo. Em terceiro está o Le Bon Marché, às margens do Sena, conhecido por deter a melhor área de alimentação e controlado pelo grupo LVMH. O volume de dinheiro investido na reforma deixa clara a intenção de fazer sombra às concorrentes, e acena com um otimismo que tem mobilizado todas as atenções do mercado. E não é para menos. A dispendiosa reforma é um sinal ostensivo de que alguns setores dão como certo o fim da crise. A Printemps quer atender um público consumidor de moda sofisticado, com espaço para as grandes marcas de luxo, e tornar-se a uma referência para quem visita a cidade, à altura da Torre Eiffel e da Notre Dame.

Na fachada, a regra é a preservação de todas as características originais. Difícil é saber, pelas imagens divulgadas até agora, insípidas e banais, onde a ponte com o passado acontece no interior que, convenhamos, era espetacular. Imagens www.nytimes.com    www.yatzer.com     www.paris-pictures.net