Semana de NY tem um pouco de tudo. No mais, não há mais.

Semana de NY tem um pouco de tudo. No mais, não há mais.

16 de setembro de 2014 Moda 1
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Thom Browne

Uma infinidade de desfiles em Nova Iorque (contamos 172) deu a largada na temporada.

Entre os criadores de linguagem jovem, Hood by Air, ou marcas renovadas por novos diretores criativos, Marc by Marc, e eternos como Oscar de La Renta, há um oceano de outros pendendo mais para uma ponta ou para outra, Philip Lim, Alexander Wang e Proenza Schouler ainda experimentando de um lado, Michaek Kors, Diane Von Fustenberg e Donna Karan estabilizados de outro.

Não vamos insistir nesta aventura classificatória além do necessário para medir o pulso da moda na semana americana. Mesmo porque, nomes de um lado e de outro “cometem” exemplos que poderiam figurar do lado oposto. Entretanto, como há um número considerável de marcas oscilando entre o pragmatismo comercial e o esforço por chamar a atenção com liberdades criativas devidamente calculadas para este fim, vale o registro e a atenção.

Hora de seguir adiante e ir direto ao que interessa.

O streetwear dá as cartas e nada é assim tão previsível sob esta influência. A rua dá origem a um senso utilitário traduzido em recortes dinâmicos, bolsos tiras e fivelas. Também absorve elementos da cultura pop, na estamparia principalmente, e abre caminho para as mixagens, impuras por excelência (Quem ainda não viu a multidão de recortes e assimetrias transformando a roupa em colagens?) Um arsenal de recursos é utilizado na tentativa de recuperar o interesse de uma geração que não tem olhado para a moda como palco de acontecimentos que realmente importam.

Gênero é outro assunto. A maioria pega leve. Um pouco de masculino trazido para a arena já basta. A Hood by Air foi mais à frente e transformou a questão em um exercício formal estimulante. Betsey Johnson fez do desfile alegoria e manifesto em favor da causa. Apesar da baixa estatística em produtos, a força midiática da Hood by Air sustenta as atenções sobre a pauta.

O esportivo permanece na lista, quase um ingrediente insubstituível na receita do bolo fashion desta década que chega à metade. Tem associações dele com tudo. Ora é mais street, ora artesanal, ora romântico, ora experimental e por aí vai. Tem até mesmo o esportivo auto referente de Alexander Wang. Ele fez ótimos vestidos praticamente transplantando para o corpo o cabedal de um tênis.

Partindo do esportivo, e naturalmente do mesh, uma profusão de tramas abertas, seja no tricô, no crochê ou com pontos de cestaria impõe a vertente artesanal como algo a se levar em conta. É verão, afinal de contas, e as poucas mensagens tropicais, folhagens, flores, tramas, de NY devem sair ampliadas de lá.

Outra força digna de nota tem origem histórica e destinação imediata. Explico: são muitos plissados e transparências emergindo de um acervo de clássicos, entre eles M Grés, desembocando em vestidos de festa e contaminando também a moda do dia a dia.

Para falar de uso do passado, nada melhor que Thom Browne, autor de uma simbiose rara entre tradição e contemporaneidade.

Há outras forças em ação. Entre elas um japonismo de trespasses e amarrações, o modernismo atualizado de Narciso Rodrigues e outros, tudo em preto e branco , equilibrado e palatável, o apreço por matérias primas, vide principalmente a Calvin Klein. Também vale citar algo em ascensão: o desfile performance ou com performance. Opening Ceremony fez.

No mais, não há mais. Nova Iorque fez o dever de casa para a roda não parar de girar. Nada que arrebate ou mobilize.

Colaboraram: Ramon Steffen e Barbara Diehl

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