SP Arte agrada e dá o que pensar

SP Arte agrada e dá o que pensar

12 de abril de 2014 Arte, Opinião 0

spartanishkapoorOs números da SP Arte impressionam. É a maior feira de arte do Hemisfério Sul. 136 galerias apresentaram obras nesta última edição. Treze delas figuram em uma seleta lista das mais importantes do planeta. Só feiras de porte mundial e trajetória consagrada como Basel, em Miami e na Suíça, Frieze em Londres, e Arco na Espanha conseguem juntar estes todo poderosos do mercado em um lugar só. Em 2012, foram negociados 49 milhões de reais, em 2013 o valor mais que dobrou batendo nos 100 milhões.

O interesse em entrar em contato com originais não fica restrito aos profissionais da área, nem a colecionadores experientes. A feira é visitada por um público jovem, interessado tanto no aspecto cultural quanto financeiro que envolve a aquisição de obras. É um público ainda em formação no Brasil, mas que já aparece nos indicativos do setor. Além do frisson provocado por um mercado em expansão, é visível que a própria organização investe na feição cultural da feira. Há programas de visitação para escolas, palestras e uma estratégia bem sucedida para atrair visitantes baseada na venda de ingressos.Não é a toa que uma frase passou a circular nos muito eventos que ocorriam simultaneamente à SP Arte na cidade, inclusive nos corredores da São Paulo Fashion Week: a arte é que está na moda!
Aproveitando estes rebatimentos entre SPFW e SP Arte -datas coincidentes, público transitando de um para outro, etc- fica aqui um registro: no Brasil, a força mais representativa nas lutas por políticas que fomentem o setor de moda vem de uma empresa privada. A SP Arte, uma iniciativa que é de mercado, entra em cena para suprir necessidades culturais da sociedade. Não é que a iniciativa privada não possa nem deva cumprir este papel, longe disso, mas o fato de que ela seja dominante no setor de moda é sintomático de uma debilidade institucional e da própria sociedade (com os profissionais que a representam neste campo) em se mobilizar pelos seus interesses.  No que diz respeito à arte, o interesse pela feira só mostra como ainda há um imenso déficit de oferta na área.

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Obra de Tony Oursler.

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Emanuelle Grossi, Diretora Artística e Pesquisadora, e a obra premiada de Bruno Cançado, um dos artistas da Galeria AM que ela representava na feira.

spart9peterjosephPinturas de Peter Joseph.

 

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