Tate celebra 50 anos de liberdade gay

Tate celebra 50 anos de liberdade gay

7 de abril de 2017 Moda 0
The Critics, pintura de Henry Scott Tuke, em exposição na Queer British Art 1861-1967 na Tate Britain. Fotografia: Warwick District Council (Leamington Spa, UK)

The Critics, pintura de Henry Scott Tuke, em exposição na Queer British Art 1861-1967 na Tate Britain.
Fotografia: Warwick District Council (Leamington Spa, UK)

A Tate Britain abriu sua primeira exposição dedicada à “arte queer”. Um tema com o qual historiadores de arte estão familiarizados, mas que ainda atrai visitantes surpresos a museus.

A exposição “Queer British Art 1861 – 1967” faz parte da comemoração pelos 50 anos de descriminalização de atos homossexuais masculinos na Inglaterra e no País de Gales. A curadoria, a cargo de Clare Barlow, inclui obras que originalmente não possuem referência clara à gênero ou sexualidade, mas que indiretamente estão relacionados com o assunto.

De acordo com a curadora, as obras demonstram diferentes atitudes e estados emocionais, e vão da ansiedade à celebração. Elas não apenas esclarecem a abordagem curatorial como dão pistas sobre os caminhos nebulosos pelos quais as questões de gênero adentraram o terreno da arte.  Ela cita The Renaissance of Venus, uma  pintura  de Walter Crane, de 1877, como exemplo de trabalho que se relaciona com o tema da exposição indiretamente. “A esposa de Crane não queria que ele trabalhasse com modelos femininos, então ele usou um jovem modelo masculino.”

"Sappho and Erinna in a Garden at Mytilene" por Simeon Solomon, pintado em 1864. Fotografia: Tate

“Sappho and Erinna in a Garden at Mytilene” por Simeon Solomon, pintado em 1864.
Fotografia: Tate

As obras curadas para a exposição é que permitirão avaliar se a arte queer é uma escola, um tipo de protesto, se é direcionada a determinada audiência ou se as obras descritas como queer realmente oferecem uma perspectiva específica.

As obras expostas são do período que vai de 1861, quando a sodomia na Inglaterra e País de Gales já não era mais punida com morte, até 1967, quando sexo consentido e privado entre homens maiores de 21 anos deixou de considerado um crime. Para o curador, esse período é crucial e não lidava com rótulos de gênero e de sexualidades, o que só começou a acontecer após a Primeira Guerra Mundial.

Também estão na mostra experimentos artísticos condenados durante esse período. Caso de “Self Portrait with Nude”, de Laura Knight, de 1913. A pintura mostra a artista pintando uma modelo nua e foi considerada como perigosa e repulsiva, impossibilitando a artista de continuar lecionando na Nottingham School of Art.

"Self portrait with Nude" por Laura Knight, pintado em 1913. Fotografia: National Portrait Gallery

“Self portrait with Nude” por Laura Knight, pintado em 1913.
Fotografia: National Portrait Gallery

Em tempos de retrocesso político e conservadorismo cultural, a Tate dá um passo importante.

Queer British Art 1861 – 1967

Tate Britain

5 de abril a 1 de outubro de 2017.

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