Um dos maiores problemas enfrentados pelos criadores de novas tecnologias é como humanizar o produto. Algumas grandes empresas como a Samsung chegaram à conclusão que uma boa medida seria relacionar o produto à moda. Com um investimento crescente em projetos ligados ao assunto, a empresa coreana lançou no início do ano uma colaboração com Alexander Wang em um projeto em que ele, e alguns dos mais importantes nomes da moda, contribuem, via Smartphone, com rabiscos, croquis e fotografias que serão transformados em estampas. Em um vídeo de aproximadamente 2 minutos chamado “Be Creative” Wang usa o telefone para capturar ideias enquanto vai de casa ao trabalho e ao local que realizará um desfile. A ideia, de acordo com a diretora global de marketing da Samsung, é mostrar que “tecnologia viabiliza criatividade”.

Como um fenômeno impulsionado pelos Millenials, a nova geração ” digital natives”,  o telefone deixou de ser apenas um item utilitário para se tornar protagonista de transformações do comportamento atual. Uma das consequências disso é que a experiência de comprar nunca foi tão tecnológica. De acordo com estudos recentes, apps para celulares logo terão um grande impacto no varejo. Nos últimos anos as compras via Smartphones cresceram mais de 33% na Inglaterra. E 80% dos consumidores de classe A baixam aplicativos relacionados a compras para seus celulares sendo que dois terços já compraram através deles. O Smartphone serve como facilitador de todo o processo de compra, desde a descoberta de novos produtos e marcas até a compra final, permitindo ao usuário comparar preços, ler críticas e tirar fotos de produtos. Alguns, como o Snaptee, permitem inclusive criar estampas com imagens capturadas pelo próprio usuário. Essa estampa é aplicada a uma camiseta que pode ser comprada através do próprio app. Para qualquer coisa que se precise, há um app para ajudar e essa nova realidade oferece meios para que o consumidor se torne mais econômico, crítico, exigente e ao mesmo tempo singular.

Algumas empresas vão mais longe ao lidar com a experiência da tecnologia interativa com a moda, é o caso da marca de preservativos Durex que criou a Fundawear, uma roupa de baixo concebida  para ajudar nos relacionamentos à distância. A roupa é ligada a um app que libera vibrações semelhantes ao toque humano. As vibrações são controladas pelo telefone da outra pessoa.

Usando a tecnologia é possível também fazer seus próprios vestidos, ou qualquer peça lisa, estampada e até em 3D acessando o Continuum Fashion que usa tecnologias digitais, para criar projetos sob medida. Com tantas transformações, podemos chegar um futuro (próximo) em que as plataformas de roupas digitais permitam também trocar a superfície da roupa com apenas um toque no celular ou aplicativo. Esta não seria uma realidade distante, de acordo com a fundadora do Studio XO, Nancy Tilbury, empresa líder no segmento de tecnologia vestível. Considerando o apetite da geração Millenial por novas tecnologias, não é difícl acreditar nessa possibilidade.